Um dia depois do meu artigo “As continentais e incontroladas fronteiras brasileiras“, no qual lembrei que a principal rota da droga que sai da Bolívia, da Colômbia e do Peru com destino à Europa, passando pela África, é o Brasil, o Estadão informa: a droga que sai do Brasil para a Europa é um dos principais pilares do financiamento de jihadistas e terroristas na África.
Pois é. Nada é tão ruim que não possa piorar. Os jihadistas controlam um ‘pedágio’ na região do Sahel para permitir que a droga passe da América do Sul ao mercado europeu e ficam com 15% dos gastos na Europa com cocaína, de acordo com documentos da ONU obtidos pelo jornal.
Antes de fazer escala no Norte da África, segundo a Interpol, a droga colombiana passa, pelo menos desde 2007, pelos portos brasileiros, sendo o de Santos e os do Nordeste os mais utilizados. Uma vez na Costa Oeste africana, a droga passa por Mali, Marrocos, Argélia e Líbia, de onde viaja para a Europa.
Aviões que decolam de pistas clandestinas na Amazônia também viajam até a costa africana, em conexão conhecida como “Air Cocaine”.
Três especialistas dizem o seguinte:
1) Os cartéis sul-americanos passaram a pagar milhões aos islâmicos para garantir a passagem. (Michael Braun, ex-agente da Drugs Enforcement Administration – DEA, o órgão americano de combate ao narcotráfico.)
2) A droga hoje deixa “milhões de dólares para a Al-Qaeda”. (Abdelmalek Sayeh, ex-diretor do Escritório Nacional Argelino para a Luta contra a Droga.)
3) O que permitiu essa relação foi a ausência do controle do Estado sobre vastas áreas do território africano. (Centro Africano de Estudos e Pesquisa sobre o Terrorismo)
À VEJA desta semana, um delegado da Polícia Federal brasileira encarregado do combate ao tráfico na fronteira havia dito que o volume de drogas vindo da Colômbia tornou-se irrelevante. Motivo: a associação das Farc com os militares e políticos venezuelanos do Cartel dos Sóis teria praticamente neutralizado a rota brasileira de escoamento da droga colombiana.
Não sei o quanto é “irrelevante” para o delegado, nem quanto dos “milhões de dólares para a Al-Qaeda” vêm do pedágio na rota brasileira, mas os documentos da ONU decerto vão no sentido contrário de sua afirmação. Pelo visto, o Brasil do PT, aliado das Farc e do narcogoverno da Venezuela no Foro de São Paulo, não só facilita a vida do narcotráfico sul-americano como também promove sua parceria com o terror islâmico.
Seja na Petrobras (dos 3% de ‘pedágio’), seja no cenário internacional (dos 15%), o Brasil petista é isso: o elo entre o que há de ruim e o que há de pior.