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Joe Biden assumiu nesta quarta-feira (20/01) o cargo de chefe de governo dos Estados Unidos, contrariando todas as narrativas imaginárias que circularam na mídia norte-americana e brasileira anunciando uma suposta virada de mesa que impediria o 'eleito' em um processo eleitoral fraudulento de assumir a chefia da Casa Branca.
Estas narrativas imaginárias falavam desde intervenção de forças militares para impedir a posse de Joe Biden, até a suposta prisão do democrata, que seria detido tão logo tomasse posse como presidente dos Estados Unidos.
Outras narrativas falavam em uma suposta estratégia na qual as visíveis e flagrantes derrotas sofridas por Donald Trump e os conservadores seriam interpretadas como etapas planejadas desta mesma estratégia para viabilizar um contra-ataque final. Nenhum dos proponentes destas narrativas forneceram qualquer evidência material que as corroborasse.
O principal efeito destas narrativas imaginárias na direita norte-americana foi, além de vender uma falsa esperança, desarmar uma parcela dos apoiadores do próprio ex-presidente norte-americano Donald Trump. Estes apoiadores, em vez de partir para ação concreta, permaneceram na expectativa de alguma “coisa grande” fosse acontecer no dia da posse de Joe Biden para virar o jogo em favor dos republicanos.
Dentre aqueles que disseminaram estas narrativas imaginárias estava um grupo denominado Q-Anon, que acredita-se ser na verdade um grupo de desinformação que atuou com esse propósito deliberado de criar uma expectativa de efeito paralisante entre os apoiadores do ex-presidente norte-americano. Da mesma forma, toda a expectativa criada em torno de uma suposta Operação Storm e outras similares mostrou-se sem fundamento algum.
Lição a ser aprendida: jamais confiar em narrativas imaginárias
O Crítica Nacional nunca deu respaldo ou endosso a estas narrativas. Conforme afirmamos ao longo desses meses de sucessão presidencial norte-americana, houve dois momentos críticos em que haveria alguma possibilidade de reversão da fraude eleitoral. O primeiro momento foi a ação do Estado do Texas na Suprema Corte de Justiça dos Estados Unidos.
Acreditava-se que em vista da robustez desta ação a justiça iria de fato desmontar a fraude. Como sabemos, isso simplesmente não aconteceu. A partir daí, as possibilidades de reversão da fraude na esfera da justiça passaram a ser praticamente inexistentes, o que confirmou-se em seguida. Passaram a restar então apenas as opções de reversão política na sessão conjunta do Congresso dos Estados Unidos.
Ocorre que a esquerda foi hábil o bastante para inviabilizar esta reversão, ao infiltrar elementos do grupo terrorista Antifa na manifestação republicana do dia 6 de janeiro, e que resultou na invasão do Capitólio. A invasão da sede do poder legislativo norte-americano mudou o ambiente político por completo e em poucos minutos, jogando por terra qualquer possibilidade de reverter politicamente o cenário em favor de Donald Trump.
A partir deste episódio ficou claro que nada mais poderia ser feito, como afirmamos no Crítica Nacional. As narrativas imaginárias que se seguiram após o invasão do Capitólio anunciando uma suposta virada de mesa no dia da posse de Joe Biden mostraram ser apenas isso: narrativas imaginárias, sem qualquer vínculo com a realidade política e institucional dos Estados Unidos.
Encerrados estes eventos e estando agora os Estados Unidos chefiados por um impostor que ocupa a Casa Branca, fica a lição amarga para a direita e para os conservadores: jamais confiar em narrativas mirabolantes que são criadas para atender as expectativas da direita, mas que ao mesmo tempo servem tão somente para imobilizá-la em relação às ações concretas.
Pois a arte da guerra política consiste em também saber filtrar e fazer uso inteligente das informações que circulam. E isto a direita norte-americana, e por extensão a brasileira, não souberam fazer.
Paulo Eneas, Crítica Nacional