domingo, 31 de janeiro de 2021

Gravadora americana que lançou Johnny Cash vende todo o seu catálogo musical

 O selo americano Sun Records, responsável por lançar as primeiras gravações de gigantes como Elvis Presley, Johnny Cash e Jerry Lee Lewis, vendeu todo o seu catálogo para a empresa independente Primary Wave Music.

O acordo, anunciado na última quinta-feira (28), inclui todas as músicas produzidas pela Sun —com exceção das canções de Elvis, que são de propriedade da Sony—, além de direitos autorais de algumas composições.

No total, cerca de seis mil gravações foram negociadas, incluindo clássicos como "Folsom Prison Blues" e "I Walk the Line", de Johnny Cash, e "Great Balls of Fire" de Jerry Lee Lewis.

Além das músicas, a Primary Wave Music, empresa de música independente de Nova York, adquiriu outros ativos do selo, como logotipo, marca e empresas do grupo. O preço total do acordo não foi divulgado, mas é estimado em cerca de US$ 30 milhões, algo em torno de R$ 163 milhões.

Na década de 1950, a Sun Records se tornou uma das grandes potências da música americana, ajudando a revelar os astros que cimentaram o caminho do rockabilly e do rock 'n' roll. Até mesmo seu rótulo amarelo com um galo cantando se tornou parte da iconografia do rock.

Capa do disco 'The 50th Anniversary Collection', coletânea com vários artistas para comemorar os 50 anos do selo independente, Sun Records - Divulgação

Agora, a Sun entra para a crescente lista de empresas e artistas que venderam os direitos de suas composições, no que se tornou a corrida do ouro da indústria fonográfica.

Com o streaming se estabelecendo como a principal via de consumo musical, hits antigos passaram a ser mais valorizados, o que faz da venda de direitos autorais um negócio bastante lucrativo. Só nos últimos meses, nomes como Bob Dylan, Shakira e Neil Young negociaram seus catálogos com empresas.

Em entrevista ao New York Times, John Singleton, que se tornou presidente da Sun após a morte de seu irmão Sam Phillips, fundador da gravadora, disse que vendeu a empresa por não ter um sucessor na família para conduzir o negócio após sua morte.

Apontando para o cenário fumegante do mercado de catálogos musicais, ele também disse ter tomado a decisão no momento certo. “É uma daquelas bolhas que podem eventualmente estourar. Então pensamos, bem, vamos entrar antes que isso aconteça”, afirmou Singleton, que vai continuar no negócio como consultor


Com Folha de São Paulo