sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

Austrália avança contra 'big techs' e Google faz ameaça

 

plataformas
Empresa de tecnologia e governo travam queda de braço | Foto: Brionv/Flickr

Contra uma iniciativa do governo que obriga gigantes de tecnologia a pagarem por notícias, o Google ameaçou bloquear o acesso de usuários australianos ao seu serviço de busca. Caso a lei seja aprovada, a empresa que controla a plataforma será obrigada a compensar os meios de comunicação do país por divulgarem suas notícias, desde a News Corp, de Rupert Murdoch, até as emissoras públicas ABC e SBS — também o Facebook seria atingido. No entanto, ficaram de fora das regras mídias como o YouTube e o Instagram.

O diretor do Google na Austrália, Mel Silva, declarou que a aprovação da medida seria “o pior cenário”. “Não nos daria escolha real a não ser parar de disponibilizar o Google Search na Austrália”, disse Silva, a um comitê do Senado, em Camberra, nesta sexta-feira, 22. Por outro lado, o primeiro-ministro Scott Morrison garantiu que não vai se intimidar: “A Austrália faz as regras para as coisas que você pode fazer na Austrália. Pessoas que querem trabalhar com isso são muito bem-vindas, mas não respondemos a ameaças”.

À mídia estrangeira, o diretor do Centro de Tecnologia Responsável do Instituto da Austrália, Peter Lewis, criticou o Google: “O testemunho do Google é parte de um padrão de comportamento ameaçador que é assustador para quem valoriza nossa democracia”. O Facebook emitiu uma nota informando que a legislação é “inviável”. Entre outros pontos, o projeto que tramita no parlamento estabelece que o Google e o Facebook serão obrigados a entregar informações sobre as buscas dos usuários às empresas jornalísticas.

Leia também: “14 questões sobre o poder das Big Techs”, reportagem publicada na edição 43 da Revista Oeste


Cristyan CostaRevista Oeste