O Banco Central lançou nesta quarta-feira, 2, a nova nota de R$ 200, que tem a imagem do lobo-guará. Serão impressas neste ano 450 milhões de unidades da nota de R$ 200, o que representará um montante de R$ 90 bilhões.
Escolhido para estampar as novas cédulas de R$ 200, o lobo-guará ficou em terceiro lugar em pesquisa realizada pelo BC em 2001 para definir os animais com ameaça de extinção que poderiam fazer parte de cédulas. A tartaruga marinha ficou em primeiro lugar e passou a estampar a nota de R$ 2, lançada em 2001. O mico-leão-dourado ficou em segundo lugar na votação e foi impresso na cédula de R$ 20 em 2002.
O mesmo tamanho da cédula de R$ 20
A diretora de Administração do Banco Central, Carolina de Assis Barros, explicou que a nova cédula de R$ 200 tem o mesmo tamanho da cédula de R$ 20 (142 mm x 65 mm). Até então, todas as cédula da 2ª família do real tinham tamanhos crescentes conforme o valor nominal.
“Não havia tempo hábil para a adaptação do parque fabril da Casa da Moeda para fabricar uma cédula maior que a de R$ 100. Por ser uma alta denominação de valor, escolhemos uma série de elementos de segurança robustos, incluindo o número que muda de cor, que já é usado na cédula de R$ 20”, explicou.
As cores predominantes são cinza e sépia. Entre os elementos de segurança, também há a marca d’água com a imagem do lobo-guará e do valor da nota, quando posicionada contra a luz. A exemplo de outras cédulas, há também um quebra-cabeça que pode ser visto através da nota. Também há textura em alto relevo e chamado fio de segurança.
Maior demanda por papel moeda
De acordo com o BC, a impressão das notas de R$ 200 busca atender uma maior demanda por papel moeda, surgida entre a população durante a pandemia de coronavírus.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que o lançamento da cédula é uma resposta do BC às mudanças provocadas por pandemia de covid-19.
“Um dos desafios foi o aumento expressivo da demanda das famílias por dinheiro desde o começo da pandemia. Outras nações viveram fenômenos semelhantes. Em momentos de incerteza é natural a busca de uma garantia de uma reserva em dinheiro. Os programas de transferência de renda - com a extensão do auxílio emergencial - também contribuem por essa maior demanda por dinheiro em espécie”, afirmou.
Segundo Campos Neto, o retorno de cédulas às agencias bancárias também ficou menor durante a pandemia. “O BC tem conseguido fornecer cédulas e moedas para atender sociedade de maneira adequada. Ainda assim, não é possível prever se essa demanda por dinheiro continuara aumentando, e por quanto tempo. Por isso, este momento se mostrou oportuno para lançamento de cédula de maior valor”, completou.
A diretora de Administração doBC, Carolina de Assis Barros, disse que as projeções do BC indicavam que numerário disponível poderia não atender demanda da população durante a pandemia. “O BC percebeu que estávamos diante de algo inédito desde a criação do real, em 1994. Em épocas de incerteza, dinheiro significa segurança e famílias e empresas fizeram saques para acumular reservas”, afirmou. “Precisávamos agir preventivamente e com responsabilidade. Vivemos em um país heterogêneo, mas o dinheiro em espécie ainda é a base das transações no Brasil.”
Ela revelou que o BC chegou a cogitar a importação de cédulas e moedas, mas não havia capacidade disponível de produção no mercado internacional. “Os cálculos do BC, em uma análise conservadora, estimaram necessidade de R$ 105,9 bilhões em cinco meses, além do programado para o ano. Para gerar maior volume em menos tempo, imprimir cédula de R$ 100 não seria factível, pois a capacidade da casa Moeda já estava inteiramente contratada para 2020”, acrescentou.
Aumento da inflação
A diretora de Administração do Banco Central enfatizou que a criação da nova cédula de R$ 200 não tem relação com a perda de valor da moeda ou com a inflação, mas sim com a alta na demanda por papel moeda. “Estamos em um País com inflação baixa e estável”, frisou.
Segundo Carolina, o custo de produção da nova nota é de R$ 325 por mil cédulas. Para comparação, a cédula de R$ 100 custa R$ 280 a cada mil notas produzidas. “Entendemos que os custos estão equilibrados. Trabalhamos com insumos nacionais e importados, cujos preços estão sujeitos a variação”, completou.
Carolina ressaltou ainda que as cédulas de maior valor já são aquelas em maior volume em circulação no País. Segundo ela, 21% das cédulas no mercado hoje são de R$ 100 e outros 32% se referem às de R$ 50. As de R$ 20 respondem por 12%, as de R$ 10 por 9% e as de R$ 2 por 18%.
Segundo a diretora, as novas cédulas já se encontram em capitais onde BC tem representação. Além disso, o Banco do Brasil deve ajudar a levar as novas notas para as cidades do interior.
Tentativa de barrar o lançamento
Partidos puxadinhos do covil do Lula, PSB, Podemos e Rede Sustentabilidade, foram ao Supremo Tribunal Federal (STF) para barrar o lançamento com o argumento de que seria inconstitucional. Para as legendas, o lançamento da nota tem “grave vício de motivação” e pode facilitar a “atuação da criminalidade”.
Haja cinismo! Quadrilheiros de Lula preocupados com a criminalidade!
Com informações de Fabrício de Castro e Eduardo Rodrigues, O Estado de S.Paulo