O setor agropecuário apresentou crescimento de 1,2% sobre o mesmo período de 2019. Apesar de menor demanda doméstica, em decorrência do impacto da crise econômica causada pelo vírus chinês, covid-19, a produção agropecuária nacional seguiu em rota positiva.
Os destaques da produção agropecuária brasileira no início de 2020 têm sido a soja (5,9%), o arroz (7,3%) e o café (18,2%), conforme as estimativas mais atuais da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Segundo a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), porém, a seca na região sul, principalmente Rio Grande do Sul e Paraná, afetou a produtividade, particularmente de soja e trigo, levando à menor produção nessa região, apesar da maior área cultivada.
Na avaliação da CNA, o resultado do setor poderia ter sido ainda pior, não fosse o auxílio emergencial de R$ 600, que minimizou os impactos econômicos na parcela mais vulnerável da população brasileiro, garantindo alguma sustentação de demanda, particularmente de alimentos e outros bens de consumo básicos.
O consumo das famílias brasileiras, que já vinha crescendo muito modestamente em 2019, observou retração de 0,7% no 1° trimestre de 2020 e de 13,5% no 2° trimestre, sempre comparativamente ao mesmo período de 2019.
Fora do Brasil, fatores como a peste suína africana na China e o impacto da covid-19 no processamento de carne dos Estados Unidos têm sustentado a demanda internacional por proteínas brasileiras, amenizando os efeitos negativos da menor demanda doméstica pelo produto, especialmente dos cortes mais nobres.
A maior demanda chinesa por soja e carnes brasileiras tem refletido no maior volume de exportações do agronegócio brasileiro para aquele país, e também ajuda a explicar o resultado positivo do PIB agropecuário no 2° trimestre de 2020. Enquanto as exportações brasileiras, no geral, caíram 7,4% no 1°semestre de 2019, as do agronegócio cresceram 9,7%. Só para a China, o crescimento das exportações brasileiras do agronegócio foi de 30,3% no 1°semestre de 2020, frente ao mesmo período de 2019.
Com informações de André Borges, O Estado de S.Paulo