sábado, 20 de junho de 2020

"Cadê o Queiroz? Está preso e ninguém pediu 'Queiroz Livre'", por Felipe Fiamenghi

A prisão do ex-assessor de Flávio Bolsonaro diz muito sobre o "Bolsonarismo" (e sobre a oposição).
Primeiro, não teve ninguém pedindo "Queiroz Livre" (eu, pelo menos, não vi). Muito pelo contrário. Só vi cobranças sobre as investigações dos outros envolvidos, como André Ceciliano (PT), Paulo Ramos (PDT) e Márcio Pacheco (PSC), suspeitos de movimentarem quase 105 MILHÕES no mesmo esquema.
Segundo, caiu por terra a narrativa do colunista da Globo/Crusoé, Sérgio Moro. Nenhuma troca foi feita visando "blindagem" dos filhos do Presidente. O fato de a prisão ser feita pela Policia Civil e solicitada pelo Ministério Público só reforça o que foi dito desde o começo: A INVESTIGAÇÃO CONTRA FLÁVIO NÃO ERA FEITA PELA POLÍCIA FEDERAL. Logo, NÃO EXISTIA INTERFERÊNCIA POLÍTICA.
Surpreendentemente, aliás, após as trocas do Ministro e do Diretor Geral, a Policia Federal passou a deflagar várias operações de combate à corrupção, que andavam bastante paradas. O que também desmente a narrativa de que o Presidente tinha deixado de lado esta bandeira. O que faltava, pelo visto, era só comprometimento dos seus subordinados.
Entre a "militância da direita" o consenso é que "Se Flávio for culpado, que pague" e, caso a investigação se converta em provas, se Bolsonaro mexer um dedo para "livrar" o filho, acontecerá uma debandada em massa dos apoiadores.
Aqui, então, digo por mim: Se eu defendi a soltura de Lula, quando a lei assim mandou; Se eu defendi o fim da prisão em segunda instância, por ir em desconformidade ao inciso LVII do Artigo 5º da Constituição (sendo assim, só poderia ser modificada por uma Emenda Constitucional, não por entendimento do Supremo); reservo-me o direito de ser coerente e só tratar como culpado aquele que foi devidamente acusado, julgado e condenado, respeitando o devido processo legal. E isso NEM DE LONGE é o caso de Jair Bolsonaro.
Aliás, sejamos sinceros, NUNCA, NA HISTÓRIA DESTE PAÍS, algum político teve a vida tão devassada, revirada, esmiuçada em cada detalhe. Se tivessem feito a metade disso, no passado, teriam achado até o dedo que falta no ex-presidente. Mesmo assim, não encontrando absolutamente NADA contra o atual chefe do executivo.
Por quase dois anos, tentaram "empurrar" narrativas sobre sua carreira militar, sua atuação parlamentar, sua educação, seus discursos inflamados. Buscaram o passado da família de sua esposa e atentaram até contra a dignidade da primeira dama, fazendo menção a uma suposta traição.
Nunca, porém, apresentaram NENHUM indício que sequer tornasse possível uma suspeita de corrupção. Caso contrário, teriam feito um imenso alarde sobre o fato.
Vale lembrar, inclusive, que a oposição hackeou o celular do ex-ministro e atual blogueiro que o acusou de interferir politicamente em investigações federais. Obviamente, nenhuma prova contra o Presidente foi encontrada.
A prisão do ex-assessor do filho, então, não condena nem o próprio filho. Quem dirá o pai.
Se QUALQUER PROVA DE CORRUPÇÃO for devidamente apresentada contra Bolsonaro, serei um dos primeiros a pedir sua cassação. Foi eleito com meu voto; nele depositei a minha confiança e, portanto, tenho direito de cobrá-lo.
Mas eleitores de um candidato com mais de 30 processos, querendo condenar o presidente por uma SUPOSTA arbitrariedade do filho, que ainda nem tem materialidade para sustentar uma denúncia formal, é forçar DEMAIS a barra.
Podem ficar tranquilos. Se, um dia, Bolsonaro revelar-se um corrupto, não vai precisar de nenhum petista para "pedir sua cabeça". Moro, Joice, Kim, Janaína, Dória, Witzel e companhia já serviram para que mostrássemos quão rápido abandonamos aqueles que traem nossas bandeiras.
Nós não temos bandidos (nem traidores) de estimação!
"É preciso dizer a verdade apenas a quem está disposto a ouvi-la." (SÊNECA)

Felipe Fiamenghi

O Brasil não é para amadores.

Jornal da Cidade