segunda-feira, 29 de junho de 2020

Bolsa sobe aos 95 mil pontos em sintonia com NY; dólar recua a R$ 5,43

Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, acelerou o ritmo de alta na esteira da valorização dos ativos do mercado acionário em Nova York e voltou a operar no nível dos 95 mil pontos. O avanço dos principais índices de ações dos Estados Unidos coincidiu com o anúncio do Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano) de que comprará novos títulos de dívida corporativa no mercado primário.
Enquanto isso, o dólar recuava e fazia o real se valorizar em contraposição a um movimento de parcela de moedas de pares emergentes, como o peso mexicano que perdia valor em relação à divisa americana. O índice DXY, que mede a variação do dólar ante uma cesta de seis rivais fortes, firmou alta nesta tarde, após ter iniciado o dia em queda, na esteira do movimento de maior apetite por risco nos mercados globais.
Dólar
Dólar Foto: Reuters
Ainda nos Estados Unidos, a secretária de Imprensa da Casa BrancaKayleigh McEnany, afirmou que, apesar da alta recente no número de casos de coronavírus, o governo americano está "encorajado" pela queda na quantidade de mortes. Especialistas, no entanto, apontam que costuma haver um atraso de pelo menos duas semanas para que o avanço de diagnósticos se reflita no volume de óbitos.
Já no Brasil, a pandemia do coronavírus levou ao fechamento de 1,487 milhão de vagas com carteira assinada em três meses: entre março, quando foi registrado o primeiro caso de covid-19 no país, e maio. De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados há pouco pelo Ministério da Economia. No mês de maio, o saldo líquido entre a abertura e o fechamento de vagas foi negativo em 331.901 empregos. Para o secretário de Previdência e TrabalhoBruno Bianco, o resultado de maio foi bom em comparação ao de abril.
Já segundo o relatório Focus, do Banco Central, o mercado ainda espera um novo corte da Selic, este agora de apenas 0,25 ponto percentual, para o próximo mês. Com a redução, a taxa sairia dos atual 2,25% ao ano - menor valor da história -, para 2,00% ao ano. O mesmo relatório também aponta para uma retração de 6,54% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil para 2020. O crescimento viria apenas em 2021, com expansão de 3,5% da economia.
Às 16h18, o Ibovespa, principal índice do mercado de ações, avançava 1,46%, aos 95.202.55 pontos, em nova máxima. Em NY, o Dow Jones ganhava 1,96% enquanto S&P500, 1,18%.

No mesmo horário, o dólar no segmento à vista recuava pouco mais de 0,50%, cotado a R$ 5,4397. Nas casas de câmbio, de acordo com levantamento realizado pelo Estadão/Broadcast, o dólar turismo é negociado próximo de R$ 5,70.

Simone Cavalcanti, O Estado de S.Paulo