O ex-ministro da Cidadania, deputado e médico Osmar Terra (MDB-RS), que tem experiência no combate à gripe H1N1, afirmou em entrevista ao site Diário do Poder e à Coluna Cláudio Humberto, que o novo coronavírus “não é o fim do mundo”, como setores da imprensa “venderam” a doença. O gaúcho também lembra que no início da pandemia, sem muitas informações, “a [universidade britânica] Imperial College fez uma previsão apocalíptica” o que levou ainda a mais pânico. “Não é motivo para fechar o mundo”, explica.
Quarentena
Ele considera que a quarentena imposta pelos governantes pode ter piorado a infecção do covid-19. Segundo ele, “estamos sendo vítimas de uma experiência”, a experiência do isolamento pela primeira vez em situação de pandemia.
Ministério da Saúde
Indagado sobre a atuação de Luiz Henrique Mandetta à frente do Ministério da Saúde, Osmar Terra elogiou o ex-ministro: “Desde o início o ministro Mandetta foi um grande ministro da Saúde”.
No entanto, o deputado não isenta o ex-colega de Esplanada. “A condução do ministro Mandetta que foi errada. Em vez de acalmar a população, pegou carona no medo. Como os governadores pegaram, como muitos pegaram”.
“Já tivemos dezenas de pandemias, e nunca se fez isso”, diz Terra, que foi secretário de Saúde gaúcho durante o surto do H1N1, em 2009.
Sobre a chance de assumir o Ministério da Saúde, o médico Osmar Terra desconversou, e diz que “já ajuda o governo de qualquer forma possível”. Entretanto, o “Sou eternamente grato pelo reconhecimento (de ter sido ministro de Estado). Não tem homenagem maior que essa”, revelou.
Vídeo da reunião ministerial
Em relação à atual situação política, Osmar Terra observou a “grande expectativa” sobre a reunião ministerial alvo de denúncia do ex-ministro Sergio Moro contra o presidente Jair Bolsonaro. “Pela primeira vez na história vi uma reunião ministerial ser gravada”, disse.
“Vi o presidente falando com toda franqueza, os ministros também”, afirmou o deputado. “Presidente que fala com paixão sobre politica brasileira, sobre a necessidade de limpar a política, atitudes fortes de proteção da população”, afirmou. “Ficou uma imagem mais humana ainda, um ser humano angustiado, preocupado em tomar decisões”, concluiu.
Tiago Vasconcelos, Diário do Poder