Sim, sua cara transparecia preocupação, parecia esconder algo. Dava a impressão de ter feito alguma coisa errada e queria que ninguém descobrisse. O que teria feito o ‘Guri Moro’? Teria mijado nas calças e esperava que ninguém visse a macha ou sentisse o cheiro?
‘O Guri Mijado’ falou por quase 30 minutos, combinados com a Globo, numa tentativa clara da emissora de favorecer a defesa de Moro perante a população e turbinar as acusações de crimes contra o Presidente.
E o quê de tão grave falou o ex-ministro?
Como o nome do programa era ‘Fantástico’ o ministro delirou, isto é, nada comprovou, nada mostrou, apenas repetiu o achismo ‘maravilhoso’ de que o Presidente ‘ao olhar pra ele’, que estava escondido e encolhido, esse ‘olhar’ do Presidente o incriminava.
Esse ‘olhar’ confirmava todos os crimes, todas as tentativas, todos os malfeitos do ‘Presidente malvadão’ contra Moro, ‘O Inocente Guri Mijado’. ‘É Fantástico!’.
Perguntado porque não reagiu, não se defendeu, quando o Presidente o acusou de nada ter feito no Ministério, se fez de vítima, saiu pela tangente, disse que lá ‘tinha muitos argumentos contra’; ‘o governo se valeu da minha imagem’.
‘O Guri Delirante’ demonstra nessa passagem toda sua arrogância e insensatez, já que nunca apoiou Bolsonaro, muito menos fez campanha ou participou de eleições para eleger Bolsonaro. Como então Bolsonaro pode ter se valido de sua imagem para algo, já que em um ano e meio no governo, nada fez que justificasse sua fama. Apenas delírios, desvarios, alucinações. Nenhum fato. Fantástico!
Agora aos fatos, às verdades:
Em 25 de abril, o jornalista Patrik Camporez, do jornal O Estado de S.Paulo, escreveu um artigo intitulado “Nas últimas 24 horas no governo, Moro ouviu de 'bombeiros' a 'incendiários'”. No artigo o jornalista diz que Presidentes, Ministros do Supremo e outras pessoas falaram com Moro e Moro pedia conselhos e era aconselhado a sair do governo ou não, pois o governo, segundo todos os que incentivaram Moro a sair, estava naufragando e estava engolfado em inquéritos. Fato.
NINGUÉM, ATÉ AGORA, DESMENTIU UMA LINHA DAQUILO QUE O JORNAL PUBLICOU! Fato.
Vejam a gravidade desse ato: Presidentes, Ministros do Supremo e outras pessoas o aconselharam a sair do governo ou não. Por quê deram esse conselho? O governo iria acabar? Bolsonaro seria substituído? “Saia, saia, saia...”
No dia seguinte Moro saiu do governo. Saiu acusando o Presidente. Fato.
Imediatamente um inquérito foi aberto e acelerado. Fato.
Celso de Mello preside o inquérito. Fato.
Celso de Mello disse que Bolsonaro “...não está à altura do altíssimo cargo que exerce”. Fato.
“Na decisão em que abriu o inquérito para investigar as acusações de Sergio Moro contra o presidente Jair Bolsonaro, o ministro Celso de Mello, do STF centra as atenções no chefe do Executivo e NÃO cita os crimes que poderiam ser imputados ao ex-ministro da Justiça e Segurança Pública. (Folha em 28.abr.2020 às 9h26).” Fato.
Rapidamente Moro entregou seu celular a Celso de Mello. Fato.
A primeira medida de Celso de Mello foi blindar o celular de Moro: “Em seus argumentos CONTRA o exame do celular de Moro após o aparelho ter sido devolvido ao ex-ministro, Celso de Mello citou a possibilidade de uma ‘indiscriminada (e indevida) devassa do conteúdo de tal aparelho, com obtenção e divulgação de elementos informativos que não tenham pertinência nem se revelem necessários ou úteis às finalidades deste procedimento investigatório’. (Nathan Lopes/Do UOL, em São Paulo/06/05/2020 08h53). Fato.
Tudo agora fica mais claro! Moro e Celso de Mello: o que tem de tão grave no celular de Moro? O que foi falado nos dias 23,24 e 25 de abril nesse celular que a nação não pode conhecer? Ao blindar Moro, Celso de Mello protegeu a si mesmo?
O Presidente deve focar nesse fato. Ele é vital para seu governo, pois ao descobrir com quem falou Moro, quem o aconselhou, também descobrirá a teia que se armou dentro do governo.
Advogados do Presidente, a Procuradoria, os Ministros Militares, Policia Federal, Abin, os filhos do Presidente que também são autoridades, devem imediatamente pedir a apreensão do celular de Moro.
Nele está a chave de tudo.
Celso de Mello escancarou uma reunião Ministerial tentando constranger o Presidente. Nada do que foi falado ali interessava ao processo. Fato.
Celso de Mello enviou a procuradoria, a pedido de Partidos que perderam a eleição, a prisão do celular do Presidente. Fato.
O celular de Moro está protegido. Fato
Urge a apreensão do celular de Moro, antes que tudo seja apagado.
Lá, gravadas, estão as digitais de todos que conspiraram ou não contra o Presidente. A Nação tem o direito de saber com quem e o quê falou Moro antes de tomar sua decisão, o que lhe foi prometido, o que tramaram e porque em plena pandemia “O Inocente Guri Mijado” armou tudo isso.
Carlos Sampaio. Professor Pós-graduação em “Língua Portuguesa com Ênfase em Produção Textual”. Universidade Federal do Amazonas (UFAM)