A demissão de Sergio Moro, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, que tentou desestabilizar o governo, trouxe um impacto praticamente nulo ao presidente Jair Bolsonaro. Na verdade, ela cristaliza a massa de apoiadores do governo. E os dados vêm do Datafolha (puxadinho do covil do Lula).
A mais nova pesquisa foi apurada e publicada após a saída de Moro. Os resultados, revelados ontem, segunda-feira 27, apontam uma aprovação de 33% para Bolsonaro. Em dezembro, 30% da população considerava o governo “bom” ou “ótimo”.
Com a margem de erro de 3 pontos para mais ou menos, isso significa que, além da saída de Moro não ter desidratado o governo, sua gestão é consentida por mais brasileiros dentro da margem.
Mais recentemente, o próprio Datafolha mostrou que, apesar das várias críticas atribuídas ao governo, 33% da população avalia o desempenho de Bolsonaro em relação ao vírus chinês como “ótimo” ou “bom”. Ou seja, o presidente cristalizou a base em relação à pesquisa de dezembro de 2019 e a manteve desde o início da pandemia.
Impeachment
Em 12 de abril, Oeste apontou a manutenção da margem de aprovação de Bolsonaro desde as eleições na faixa atual. Na pesquisa realizada em 1º e 2 de outubro de 2018 — cinco dias antes do primeiro turno —, o Datafolha atribui ao presidente uma “aprovação” na margem atual. Naquela época, a intenção de votos era de 32%.
Na véspera do primeiro turno, o então candidato Bolsonaro detinha 36% das intenções de voto. À época, analistas atribuíram o crescimento ao fenômeno de “antecipação do voto útil”. Ou seja, eleitores que cogitavam dar o voto a candidatos como Geraldo Alckmin (PSDB), Henrique Meirelles (MDB) e João Amoedo (Novo) passaram a apoiar o candidato do PSL.
Dentro da margem de erro da aprovação atual, Bolsonaro atinge os mesmos 36% obtidos por ele na véspera do primeiro turno. É prematuro aferir se os números atuais garantirão uma vitória do presidente no primeiro turno das eleições de 2022. Mas minam a possibilidade de impeachment, rejeitada por 48%, também segundo o Datafolha.
Rodolfo Costa, Revista Oeste