sábado, 29 de outubro de 2016

A virada da Petrobras

Envolvida no pior escândalo de corrupção da história do País, a estatal que perdeu 85% do valor de mercado reage. Em dez meses, a alta de suas ações quebra recordes, a nota de crédito melhora e surgem até parcerias internacionais

NOVA GESTÃO
Nesse processo, a entrada do ex-ministro da Casa Civil Pedro Parente na presidência da estatal teve papel-chave. O mercado entendeu que a interferência do governo federal, enfim, acabaria. “A Petrobras estava sendo utilizada para fazer política econômica, principalmente no controle da inflação”, afirma Couto. Além disso, a nova gestão propôs recentemente uma nova política de preços de combustíveis – mais transparente –, assinou um acordo estratégico com a francesa Total, encerrou quatro ações individuais contra a empresa na Justiça americana e se beneficiou da decisão da Câmara dos Deputados de aprovar o texto-base de um projeto de lei que desobriga a Petrobras de participar da exploração de todos os blocos do pré-sal. Caso seja transformado em lei, segundo os economistas, o projeto permitirá que novos agentes entrem no mercado e isso deverá dinamizar o setor, valorizando os ativos. A mudança ocorreria num momento em que o mercado internacional de óleo e gás retoma a trajetória de alta dos preços dos barris de petróleo. Está longe dos US$ 100 de dois anos atrás, mas aponta para uma perspectiva bem melhor do que no início do ano.