segunda-feira, 30 de maio de 2016

Temer se reúne com cúpula do Planalto e discute situação do ministro da Transparência


Fabiano Silveira, ministro da Transparência - Conselho Nacional do Ministério Público / Creative Commons


Cristiane Jungblut - O Globo



O presidente interino Michel Temer está reunido na manhã desta segunda-feira com alguns ministros e assessores mais próximos, no Palácio do Planalto, para avaliar o impacto das novas gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado na qual o ministro Fabiano Silveira aparece dando orientações ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Na conversa, Silveira sugere que Renan Calheiros não antecipe documentos ao Ministério Público Federal, em caso relacionado à operação Lava-Jato.

Na noite de domingo, o ministro da Transparência esteve com Temer e minimizou as gravações. Ele disse a Temer que só havia essa gravação e que foi apenas uma avaliação do que ocorria naquele momento na Lava-Jato.

Apesar das pressões, Temer decidiu aguardar a conversa com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e a temperatura ao longo do dia. A reunião com Janot está marcada para o fim da tarde. Temer também conversou ontem à noite com o ministro Moreira Franco. No Planalto, há defensores junto a Temer para saída do ministro da Transparência.


O Sindicato Nacional dos Analistas e Técnicos de Finanças e Controle (Unacon) divulgou em seu site na manhã desta segunda-feira nota oficial em que exige a imediata demissão do ministro da Transparência, Fabiano Silveira. A entidade, que reúne os servidores da antiga Controladoria-Geral da União (CGU), também realizou uma manifestação na manhã desta segunda-feira em frente a sua sede, em Brasília. Os servidores chegaram a 'lavar' a porta do gabinete do ministro com vassouras e pediram a saída de Silveira.

Na nota, o Unacon informou que as gravações apresentadas na noite de domingo pelo “Fantástico” da TV Globo exigem do presidente interino Michel Temer “respostas rápidas e assertivas”. Silveira, “ao realizar reuniões escusas para aconselhar investigados da Operação Lava-Jato, bem como fazer gestões junto a autoridades e órgãos públicos a fim de apurar denúncias contra seus aliados políticos, demonstrou não preencher os requisitos de conduta necessários para estar à frente de um órgão que zela pela transparência pública e combate à corrupção”.