O lobista Fernando Moura, preso em agosto com o ex-ministro José Dirceu na 17ª fase da Operação Lava Jato, foi libertado na manhã desta segunda-feira (2).
Ele estava detido na carceragem Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba (PR). Ao ser liberado, era aguardado por um advogado que o levou ao aeroporto.
Segundo sua defesa, ele segue para Vinhedo, no interior de São Paulo. Moura não usará tornozeleira eletrônica.
Moura fez acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal, para colaborar com as investigações em troca de redução na sua pena no futuro. Ele continuou preso por mais de um mês após fechar o acordo.
Apontado como nome ligado ao ex-ministro José Dirceu e ao PT, Moura admitiu ter mantido ligações com os petistas e afirmou que o partido recebia propina de fornecedores da Petrobras. Também disse que Dirceu o aconselhou a morar fora do país após o julgamento do mensalão, e por isso ele se mudou para Miami, nos Estados Unidos, por um período.
Como a Folha revelou, Moura afirmou que o ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira foi decisivo para a indicação de Renato Duque como diretor de Serviços da Petrobras. Duque, que está preso em Curitiba, é acusado de cobrar propina e intermediar repasses ao PT.
Moura também contou que executivos da Petrobras deram informações privilegiadas a investidores sobre o contrato da estatal com a empresa Sevan Marine, da Noruega, permitindo aos operadores financeiros um ganho indevido na aquisição das ações da companhia na Bolsa de Valores de Oslo, na Noruega.
A defesa do lobista confirmou que Fernando Moura foi liberado nesta manhã.
"Fernando Moura irá cumprir as demais determinações do acordo e participará de todos os atos processuais determinados", afirmou seu advogado, Pedro Iokoi.