domingo, 1 de novembro de 2015

Cerco a Lula é o melhor passatempo na espera pelo impeachment

Com Blog do Felipe Moura Brasil - Veja


PT ainda anulou "conquistas sociais" e desperdiçou 
bilhões de reais que cobra do povo


– Folha: “BNDES dribla norma para emprestar R$ 102 milhões a empresa de amigo de Lula”, José Carlos Bumlai. Relembre meu vídeo sobre a cumplicidade de Lula e Luciano Coutinho, do BNDES, e tire suas conclusões.
– Lauro Jardim: “O que os petistas mais graúdos temem de verdade” é que a Polícia Federal “encontre algum repasse” de Bumlai na conta de Luis Cláudio, filho de Lula. Um meme ironiza a eventual nota do Instituto:
– Lauro: “quando a delação de Fernando Baiano tornar-se pública ficará explícito que o lobista repassou recursos a Bumlai por meio de terceiros”. A devassa da PF sobre Bumlai deixa Lula tão desesperado que, por meio de terceiros, ele já mandou o amigo calar a boca.
– Folha: “PF diz a Cardozo que intimação a filho de Lula às 23h não é inédita.” Inédita é a cobrança de Cardozo, só porque foi com filho de Lula.
– Estadão: Com as medidas provisórias vendidas nos governos do PT, o Brasil deixará de arrecadar até 2020 um total de R$ 13,2 bilhões em impostos, sendo que R$ 7,6 bilhões já deixaram de ser arrecadados em 2015. Solução de Dilma e Joaquim Levy: você paga a conta dos golpes petistas.
– A Época informou que, em reunião secreta três dias antes do cerco ao filho de Lula, “com seu estilo direto, Dilma perguntou a Palocci se os novos desdobramentos das operações Lava Jato e Zelotes poderiam comprometê-lo. Dilma estremeceu diante da ameaça. ‘Eu viabilizei recursos para a sua campanha’, disse (Palocci)”. Sim: 2 milhões de reais do petrolão, segundo Paulo Roberto Costa.
– Estadão: “Crise joga 3 milhões de famílias da Classe C de volta à base da pirâmide.” O PT anulou as “conquistas sociais”. Nada mais resta da propaganda petista.
– Como escrevi em setembro: “Conquistas sociais” é uma expressão usada pelo PT para passar impressão de que dependência do governo pelos pobres é um mérito do partido.
– Estadão: “Governo e oposição deram sinais nos últimos dias de que a manutenção da crise política até 2016 pode ser um bom negócio para os dois lados”. Para o Brasil, é um péssimo negócio.
– O jornal listou cinco assuntos que dominam a disputa política e eu os organizo abaixo, acrescentando informações:
1) a rejeição das contas do governo pelo Tribunal de Contas da União (TCU):
Ficou para o ano que vem graças ao presidente do Senado e “office-boy do PT”, Renan Calheiros (PMDB-AL), que deu um prazo de 45 dias para o governo fazer sua defesa antes de encaminhar o caso para a Comissão de Orçamento.
2) a ação de impugnação da chapa de Dilma e Michel Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE);
“Parece que nem o PSDB nem o PT querem que o pedido de impugnação seja julgado logo. Nenhum dos lados tem feito pressão”, disse um ministro do STF.
3) o impeachment de Dilma;
“Pretendo tomar minha decisão [sobre a abertura do processo] em novembro”, disse Eduardo Cunha, sem precisar uma data específica.
4) o rompimento do PMDB;
O partido adiou deste mês para março a decisão sobre romper a aliança com Dilma.
5) e o caso Eduardo Cunha.
Cunha recebeu apoio de Lula, melhorou sua relação com o governo por meio de Jaques Wagner e o próprio PSDB cogita substituir dois representantes tucanos no Conselho de Ética da Câmara considerados exageradamente anti-Cunha: Betinho Gomes (PE) e Nelson Marchezan Junior (RS).
Segundo a Folha, a tática de Cunha para se safar consiste ainda em sobrecarregar o Conselho para constranger adversários, tirar um pouco o foco do próprio caso e ganhar tempo, já que, esgotados os prazos regimentais possíveis, sua eventual cassação ficaria apenas para a segunda quinzena de abril.
A Procuradoria-Geral da República, segundo O Globo, vai pedir a saída de Cunha da presidência da Câmara se ele tornar-se réu; e o STF deve decidir ainda em 2015 se aceita a denúncia de Rodrigo Janot.
Cunha havia ameaçado acolher o pedido de impeachment contra Dilma, segundo seus aliados ouvidos pelo Estadão, se Janot pedisse seu afastamento – o que seria ótimo.
Mas não duvido que a equipe de Dilma, entendendo o recado, já tenha pedido ao camarada Janot e/ou a seus ministros do STF que adiem, também, as decisões sobre o caso.
Só tem um detalhe: se Cunha anunciou para novembro a decisão sobre o impeachment, qual garantia ele terá, caso rejeite o pedido, que o PT irá ajudá-lo depois a se safar do STF, de Janot e do Conselho?
Nenhuma, claro, a menos que esteja ameaçando entregar Lula, ou que guarde outro pedido de impeachment, como o do advogado Luiz Carlos Crema, para continuar usando como moeda de troca.
O fato é que Cunha articula sua absolvição no Conselho, de modo a não depender do governo; e o PSDB o pressiona para acolher o pedido de impeachment, oferecendo em troca um apoio velado.
De previsível nesse impasse, só a agonia do Brasil, que tem de se contentar com o cerco à família Lula.
Espero que não acabe a pipoca.