O que está pautando a reforma ministerial da presidente Dilma não é a prometida redução de custos da máquina administrativa, mas a possibilidade do impeachment. Sim, claro, alguém poderia dizer: “Ora, a oposição pare com isso e pronto!” É um jeito de ver as coisas.
A última, agora, é entregar a pasta das Comunicações, que hoje está com o petista Ricardo Berzoini, para o PDT. O indicado seria o deputado André Figueiredo (CE), que é líder do partido na Câmara. A legenda, que tem votado às vezes em bloco contra o governo, tem hoje o Ministério do Trabalho, que seria fundido com o da Previdência.
A área é uma das que mais têm de estar antenadas com as modernas tecnologias e com o avanço da sociedade da informação. O PDT, no entanto, é uma das agremiações mais obtusas do Parlamento. Ah, sim: nesse caso, Berzoini iria para a Secretaria Geral da Presidência. Para Dilma, qualquer um que não seja Miguel Rossetto já significará um ganho.
Da mesma forma, as mexidas que dirão respeito ao PMDB buscam exclusivamente tirar o partido da agenda do impeachment. Por isso, Dilma decidiu delegar às bancadas na Câmara e no Senado a escolha dos futuros ministros. A Saúde, hoje com o PT, deve ficar com os peemedebistas. Também nesse caso, os doentes ganham com a saída do petista Arthur Chioro, independentemente de quem entre.
Lula, este sábio, teria dado um conselho à presidente: não desagradar com a reforma Michel Temer, Renan Calheiros e Eduardo Cunha. Que sagaz, hein? Dilma foi incapaz de pensar isso sozinha?
Já afirmei aqui que a governanta tem um único programa de governo: não cair. A isso fomos relegados.