Entre as ações de maior peso no índice, o destaque são os papéis da Petrobras, que sobem forte após a estatal ter anunciado, na noite de terça-feira, reajuste no preço da gasolina e do diesel. Essa alta não era esperada por analistas. Os preferenciais (PN, sem direito a voto) sobem 7,43%, cotados a R$ 7,08. No caso dos ordinários (ONs, com direito a voto) avançam 6,75%, a R$ 8,38.
— O cenário está positivo com a melhora nos mercados externos e a alta do preço dos combustíveis, que não era esperada. Há uma preocupação com a inflação, mas esse aumento é positivo para a empresa porque reforça o caixa — explicou Luiz Roberto Monteiro, operador da Renascença Corretora.
Também registram forte alta as ações da Cosan, que sobem 5,10%. A companhia é uma das controladoras da Raízen, que atua na distribuição de combustíveis e também é a maior produtora de etanol do país. A outra controladora da Raízen é a Shel.
As demais ações de alta liquidez também têm bom desempenho. Os papéis preferenciais da Vale sobem 1,96% e os ordinários têm valorização de 2,36%. As preferenciais de Bradesco e Itaú sobe, respectivamente, 1,28% e 1,62%. O Banco do Brasil tem alta de 4,11%.
No mercado acionário, os índices europeus operam em forte alta, impulsionados pela recuperação das Bolsas asiáticas. O mesmo ocorre nos Estados Unidos.
O DAX, de Frankfurt, sobe 2,64%, e o CAC 40, da Bolsa de Paris, avança 2,72%. Em Londres, o FTSE 100 tem alta de 2,18%. No mercado americano, o Dow Jones tem alta de 1,18% e o S&P 500 sobe 1,43%. “As bolsas da Ásia e do Pacífico fecharam em alta, após as perdas do pregão anterior e o modesto avanço das ações em Nova York na terça-feira.
Porém, encerraram o terceiro trimestre com o pior desempenho em muitos anos, em meio a preocupações com a desaceleração da China e seus efeitos na economia mundial e incertezas de quando o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) começará a elevar os juros básicos dos Estados Unidos”, lembraram os analistas da XP Investimentos.
DÓLAR ABAIXO DE R$ 4
O dólar comercial tem o seu segundo dia de queda. Na terça-feira, a moeda recuou 1,22%, a R$ 4,0590. Para analistas, os investidores estão respondendo à atuação do Banco Central e do Tesouro Nacional. O BC tem feito intervenções quase diárias no mercado de câmbio, com a oferta de swaps cambiais (que equivalem a uma venda de moeda) e leilões de dólar com recompra em data pré-definida. Já o Tesouro ampliou a oferta de títulos pós-fixados atrelados à Selic, os mais demandados por investidores em tempos de incerteza.
Segue a atenção em relação ao ambiente político, que pode acelerar ou retardar a aprovação das medidas de ajuste fiscal. Sem a melhora das contas públicas, a possibilidade de perda de grau de investimento por mais uma agência de classificação de risco fica maior, o que pressiona o mercado de câmbio. “Notícias políticas com o impasse no Congresso Nacional referente aos vetos da presidente Dilma Rousseff podem mudar ou reafirmar a tendência ao longo do pregão”, afirmou, em nota a clientes, Guilherme França Esquelbek, analista da Correparti Corretora de Câmbio.
No mercado externo, o “dollar index”, que mede o comportamento do dólar frente a uma cesta de dez moedas, registra alta de 0,41%. No geral, o dólar está subindo frente a moedas de economias desenvolvidas e caindo frente aquelas de países emergentes, como o Brasil.