As bases do discurso da presidente Dilma na ONU são equivocadas. O que ela chama de modelo econômico foi, na realidade, um erro na condução da economia brasileira.
Todos os indicadores fiscais pioraram. O governo aumentou os gastos e o endividamento público, com resultados pouco palpáveis para o crescimento. Na média, o PIB avançou cerca de 2% ao ano. É um desempenho muito ruim para o tamanho do estrago feito. Foram essas ideias que, postas em prática, levaram o Brasil à crise.
Ainda em 2005, no primeiro mandato do presidente Lula, a então ministra da Casa Civil já criticava as medidas de austeridade. Parte do governo, liderada pelo ministro da Fazenda Antonio Palocci, queria diminuir as despesas e sugeriu a busca pelo déficit nominal zero. Dilma, que já era a favor de aumentar o gasto público, classificou a ideia como rudimentar.
Desde que assumiu a Casa Civil, quando ficou mais influente, Dilma bombardeou todas as propostas de controle de despesas. Na presidência, aumentou o gasto e conduziu o país até o momento atual. O desequilíbrio fiscal é enorme. Há um rombo, e a solução defendida pelo governo é elevar impostos.
O modelo foi um erro. Houve aumento do gasto público sem que houvesse o propósito de realmente desenvolver o país. Parte da elevação, por exemplo, foi destinada a empréstimos subsidiados a algumas empresas. Essa ideia elevou a dívida pública em R$ 500 bi, que foram repassados ao BNDES para financiar os setores escolhidos, com juros baixos.
No discurso, a presidente citou que a economia brasileira passa por um processo de correção de preços. O que está acontecendo é um tarifaço de energia para corrigir a manipulação feita no primeiro mandato, com objetivos eleitorais.
Não cabe culpar o cenário externo pelos problemas internos. Sempre haverá problemas externos, mas a crise brasileira é consequência das decisões tomadas pelo governo dela e do ex-presidente Lula.
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