Participam da conversa com Temer, que ocorre nesse momento: Carlos Sampaio, líder do PSDB; Mendonça Filho, do DEM; Bruno Araújo, da minoria; Arthur Maia, do Solidariedade; Rubens Bueno, do PPS; André Moura, do PSC; e Fernando Bezerra Filho, do PSB.
O pretexto para a conversa é a tentativa de restabelecer o financiamento privado das campanhas eleitorais, vetado pelo STF. Os líderes oposicionistas alegam que Temer pode auxiliar na construção de uma saída para o problema. Uma desculpa frágil, já que a caravana inclui Rubens Bueno, cujo partido, o PPS, se opõe ao financiamento privado. Na prática, o modelo de financiamento eleitoral é mero álibi para que a oposição abra canal direto com Temer, beneficiário de um eventual pedido de impeachment.
Coube ao deputado Carlos Sampaio, líder do PSDB, a iniciativa de procurar Temer. Falando em nome de todo o grupo, ele pediu a audiência. Para atribuir ao encontro ares de normalidade institucional, Temer marcou a conversa para o gabinete da vice-presidência. Desse modo, a oposição fincará sua bandeira no edifício anexo do Palácio do Planalto sem que Temer possa ser acusado de conspirar à sombra contra a inquilina do prédio principal.
A aproximação entre a infantaria do impeachment e a intendência do vice-presidente ocorre em momento crucial. Conforme já noticiado aqui, a oposição adiou para o final de outubro a apresentação do recurso que levará o impeachment ao plenário da Câmara. Fez isso porque deseja medir a temperatura do PMDB de Temer depois da reforma ministerial de Dilma. Nesse contexto, o encontro desta quarta-feira serve para sinalizar que a oposição não desistiu de apear Dilma e que a carta de Temer continua no baralho.
Ouvida pelo blog, a assessoria de Temer explicou a reunião com os líderes oposicionistas assim: “Trata-se de um encontro absolutamente normal. É preciso recordar que foi graças à interlocução ampla do vice-presidente que ele conseguiu votos inclusive na oposição para aprovação do ajuste fiscal do governo. É essa capacidade de dialogar com todos os setores da sociedade, uma característica de sua vida pública, que faz de Michel Temer um político diferenciado.”
– Atualização feita às 14h32 dssta quarta-feira (30): Encerrada a reunião com os líderes oposicionistas, Temer disse meia dúzia de palavras sobre financiado privado. Para contornar a vedação imposta pelo STF, recomendou a conclusão da votação de proposta de emenda constitucional já apreciada pela Câmara: “Como presidente do PMDB, falei que se tentasse aprovar aquela PEC que está no Senado Federal, porque resolve a matéria referente a financiamento de campanha eleitoral e acaba contornando a própria declaração adequada do STF, referente à inconstitucionalidade da lei. Evitaria a derrubada do veto [presidencial]'', disse.