terça-feira, 29 de setembro de 2015

IGP-M de setembro é o mais alto para o mês desde 2013: 0,95%

O Globo

Em 12 meses, índice, que reajusta a maioria dos contratos de aluguel, é o maior desde 2011




  - André Teixeira

O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) ficou em 0,95% em setembro, em forte aceleração frente à taxa de 0,28% de agosto, informou a Fundação Getulio Vargas nesta terça-feira. Com a maior pressão do atacado, é o índice mais alto para meses de setembro desde 2013. O resultado ficou acima das expectativas, que eram de alta de 0,79%, segundo a mediana das projeções coletadas pela Reuters. Em setembro de 2014, a variação foi de 0,20%.

A taxa acumulada em 2015, até setembro, é de 6,34%. Em 12 meses, o IGP-M registra alta de 8,35%, a mais alta desde o período de 12 meses encerrado em julho de 2011 (8,36%).
O componente com maior peso no IGP-M, com 60%, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), teve avanço significativo na passagem de agosto para setembro: de 0,20% para 1,30%.


Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), com 30% da composição do índice geral, foi de 0,24% para 0,32% em setembro. E o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), com peso de 10%, desacelerou de 0,80% para 0,22%.

O Bradesco, que esperava avanço de 0,81%, ressalta em relatório enviado a clientes nesta manhã que o índice voltou à trajetória de aceleração que tinha sido interrompida em agosto. "Esse movimento é reflexo do comportamento dos preços agrícolas, que saíram da estabilidade para uma elevação de 2,08% neste mês".

Segundo Octavio de Barros, diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos do banco, a surpresa foi explicada exclusivamente pelos preços industriais, diante da maior pressão de produtos metalúrgicos, químicos, alimentícios, além de etanol. "Para as próximas leituras, prevemos ainda pressão dos preços no atacado, que devem voltar a ceder na passagem de outubro para novembro".

O IGP-M é utilizado como referência para a correção de valores de contratos, como os de energia elétrica e aluguel de imóveis. O cálculo é feito com base nos preços coletados entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência.

No IPA, o índice relativo aos Bens Finais variou 0,47%, em setembro, enquanto em agosto este grupo havia registrado deflação de 0,76%. Contribuiu para este avanço o subgrupo alimentos in natura, cuja taxa de variação passou de -8,51% para -1,28%.

No IPC, seis das oito classes de despesa registraram acréscimo em suas taxas. A principal contribuição partiu do grupo Alimentação (0,01% para 0,17%). Nesta classe, vale citar o comportamento do item frutas, cuja taxa passou de -2,41% para 0,19%.

Também apresentaram alta os grupos: Vestuário (-0,38% para 0,39%), Habitação (0,47% para 0,51%), Comunicação (0,17% para 0,34%), Despesas Diversas (0,08% para 0,20%) e Transportes (0,18% para 0,20%).

Já no INCC, o índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços registrou variação de 0,46%. No mês anterior, a taxa havia sido de 0,27%. O índice que representa o custo da Mão de Obra não registrou variação. No mês anterior, este índice registrou taxa de 1,27%.