Banco incentiva a redução do consumo de carne
A repercussão negativa do vídeo do Bradesco incentivando a redução do consumo de carne continua trazendo prejuízos para o banco. Além de diversas notas de repúdio, correntistas de peso anunciaram o encerramento das contas na instituição.
O Sindicato Rural de Uberlândia, por exemplo, informou na quinta-feira 30 o “cancelamento imediato da conta que mantinha no Bradesco”. A instituição pede que o banco “promova uma campanha publicitária em nível nacional que incentive o consumo da carne bovina como excelente fonte de proteína, com benefícios nutricionais já comprovados”.
Com cerca de 15 mil clientes, a Estância Bahia Leilões anunciou o fim de sua movimentação bancária com o Bradesco. Com sede em Cuiabá (MT), a empresa é uma das maiores leiloeiras do país. Seu presidente, Maurício Cardoso Tonhá, classificou o vídeo como um “ato de insanidade”. “Em respeito à pecuária brasileira e indignados com o ato de insanidade do Bradesco, que viola os nossos mais de 40 anos de relacionamento bancário, retiramos 100% de nossa movimentação financeira da instituição, disse Tonhá.
O Grupo Pecuária Brasil, formado por produtores, comerciantes, técnicos e prestadores de serviço, também anunciou o encerramento das atividades financeiras no banco. Uma nota em seu site comunica que houve desinformação na peça publicitária.
Bradesco tenta conter prejuízo
De acordo com o jornal Valor Econômico, “o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Júnior, ligou para a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, para salientar que a publicação foi um erro operacional”. Lazari teria dito a Cristina que a posição do banco continua sendo apoiar a pecuária nacional e que o vídeo foi ao ar em razão de uma falha no processo de aprovação de mídias.
A reportagem ainda cita o fato de que, na quarta-feira 29, o banco publicou uma mensagem de apoio em 28 veículos de circulação nacional, para fazer mais uma tentativa de retratação ao setor.
Muito dinheiro em jogo
Em 2021, o Bradesco ampliou em 40% a carteira de agronegócio e fechou o ano com R$ 42 bilhões. Sua meta é chegar a R$ 50 bilhões em 2022.
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Revista Oeste