Instituição financeira vai na contramão do Bradesco, que apostou na publicidade politicamente correta
A esta altura do campeonato, o leitor de Oeste já está informado sobre a confusão envolvendo a campanha de publicidade do Bradesco que incentivava a redução do consumo de carne.
Conforme noticiamos, algumas das principais instituições especializadas em Agricultura e Pecuária emitiram notas de repúdio ao conteúdo promovido pelo Bradesco. Aparentemente, a aposta no politicamente correto não logrou êxito.
Quem aproveitou essa trapalhada publicitária para ganhar espaço na mídia foi o Banco do Brasil. A instituição financeira estampou na capa do jornal Valor Econômico desta quinta-feira, 30, uma imagem em defesa da agropecuária.
Além disso, o Banco do Brasil publicou em seu canal no YouTube um vídeo em que valoriza a atividade agropecuária. “É tempo de valorizar quem faz do Brasil referência mundial: produtores rurais, homens e mulheres”, diz o texto.
A turma do “carbono zero” versus agropecuária
Em artigo publicado em Oeste, J.R. Guzzo analisa a barbeiragem publicitária do Bradesco. “A campanha é mais uma repetição daquilo que fazem hoje, com o dinheiro das grandes empresas que pagam a conta, os departamentos de marketing, agências de propaganda e produtoras de comerciais para salvar o mundo do capitalismo destruidor da natureza — e dos delitos ambientais cometidos pelos próprios clientes dessas mesmas empresas, em suas vidas nocivas ao ‘planeta’ e carentes de consciência ecológica”, escreve o colunista.
Leia mais um trecho
“O conteúdo é aquilo que se pode imaginar: um amontoado de aulas de conduta com teor de inteligência nas vizinhanças do zero, pregando essas superstições disfarçadas de verdade científica tão na moda nos dias de hoje. Até aí, é oportunismo direto na veia. De um lado, executivos da área de criatividade, de imagem e de ‘responsabilidade social’ ganhando dinheiro com as causas em circulação na praça. De outro, um banco que quer, ao mesmo tempo, tirar vantagem da ideologia ambientalista barata que cresce pelo mundo afora e fingir que está prestando um serviço de interesse público.”
Edilson Salgueiro, Revista Oeste