Ana Paula Ribeiro - O Globo
O Ibovespa, principal índice de ações do mercado local, fechou o último pregão do ano em alta de 0,43%, aos 76.401 pontos. No mês, o indicador contabilizou um ganho de 6,16% e, no ano, de 26,86%. Já no mercado de câmbio, o dólar encerrou 2017 cotado a R$ 3,315, uma alta de 1,3% no mês e de 1,9% no ano.
A Bolsa sobe quando há uma perspectiva de que as empresas que têm ações negociadas nesse mercado irão lucrar mais. A queda dos juros, que reduziu o gasto dessas companhias com dívidas, e o início do processo de recuperação da economia ajudaram a melhorar as perspectivas de resultados. Além disso, o cenário externo também ajudou: os Estados Unidos continuaram com uma política gradualista de alta dos juros e a China, principal parceiro comercial do Brasil, manteve o seu ritmo de crescimento.
— A queda dos juros e a capacidade ociosa das empresas permitiram uma maior eficiência nesse início de retomada econômica. Do lado externo, o sol brilhou. O Ambiente foi extremamente benigno — avaliou Luis Gustavo Pereira, analista chefe da Guide Investimentos.
Apesar da alta, o volume de negócios no ultimo pregão do ano foi baixo, de R$ 6,6 bilhões - na média, fica em torno de R$ 8 bilhões. Como os investidores já conseguiram bons ganhos no ano, eles não têm necessidade de operar nos últimos pregões do ano.
— É final de ano e normalmente o volume costuma ficar baixo. Além disso, o ambiente externo também ajuda. Os dados divulgados nos Estados Unidos, de emprego e atividade, indicam a visão de um processo de normalização dos juros de forma gradual, o que é bom para os emergentes — disse Rogério Freitas, sócio-diretor da Florença Investimentos.
No pregão, as ações preferenciais (PN, sem direito a voto) subiram 0,31%, cotadas a R$ 16,10, e as ordinárias (ON, com direito a voto) tiveram alta de 0,89%, a R$ 16,91. No caso das ações da Vale, a alta foi de 1%.
Mesmo com baixo volume, os investidores seguem de olho nas movimentações do governo para a aprovação da reforma da Previdência, que deve ser colocada em votação no início do ano que vem. Foi mal interpretada a declaração do ministro da secretaria de governo, Carlos Marum, de que os empréstimos solicitados por governos estaduais à Caixa seriam liberados em troca de apoio à reforma. "A declaração causou desconforto na área econômica do governo e traz preocupação uma vez que a continuidade do uso da política da Caixa poderia trazer mais prejuízos ao banco, reduzindo dividendos ou exigindo uma capitalização por seu único sócio, o Tesouro Nacional", lembrou Ricardo Gomes da Silva Filho, superintendente da Correparti Corretora de Câmbio.
Já no exterior, o dólar perde força frente a uma cesta de dez moedas. O “dollar index” tinha, próximo ao horário de encerramento dos negócios no Brasil, queda de 0,45%.