Kai Pfaffenbach/Reuters | |
Mudança na política monetária na zona do euro pode reduzir fluxo de recursos |
ÁLVARO FAGUNDES
DANIELLE BRANT
Folha de São Paulo
DANIELLE BRANT
Folha de São Paulo
O aumento de juros nos Estados Unidos e a mudança na política monetária na zona do euro podem reduzir o fluxo de recursos que impulsionou as Bolsas em 2017, e é possível que os mercados passem por uma correção nos próximos meses, segundo Marcelo López, gestor de recursos na L2 Capital Partners.
"Os mercados acionários estão muito esticados e hoje o pessoal que está na Bolsa tem medo de sair e perder performance", afirma. "Estamos vendo o princípio de uma bolha, por causa do alto nível de endividamento dos países e das famílias."
Em setembro, o grupo Allianz publicou um relatório que mostrava que a riqueza global cresceu 7,1% em 2016 na comparação com o ano anterior, para um recorde de € 169,2 trilhões. Por outro lado, o endividamento aumentou 5,5% e atingiu o maior patamar desde 2007.
O estudo mostra que o crescimento do endividamento acelerou notadamente após 2013. Baixas taxas de juros, continua o relatório, tornam o crédito mais atrativo, o que pode ter aumentado as concessões de empréstimos.
Nos Estados Unidos, por exemplo, o endividamento das famílias cresceu a um ritmo médio de 2,3% ao ano entre 2006 e 2016.
Arne Holzhausen, responsável por seguros e mercados desenvolvidos da equipe de pesquisa do grupo Allianz, vê riscos ao atual cenário econômico, embora com um grau menor de cautela.
"A recuperação global ampla é um forte condutor para crescimento de ativos. A política monetária ainda dá sustentação e, embora alguns cantos dos mercados financeiros pareçam um pouco espumosos, nós, no geral, não estamos em um terreno de bolha", diz.