terça-feira, 10 de outubro de 2017

Fracasso retumbante dentro de campo, o Flamengo faz um 2017 melhor do que previa nas finanças

Rodrigo Capelo - Epoca

Maracanã. Prejudicado pelo confronto com a Odebrecht, o estádio foi a única receita que rendeu menos do que o Flamengo esperava (Foto: Gilvan de Souza / Flamengo)

Frustrado pelos resultados abaixo do estimado esportivamente, sobretudo pela derrota na final da Copa do Brasil e pela eliminação precoce na Libertadores, ainda na fase de grupos, o Flamengosuperou suas expectativas no aspecto financeiro em 2017. A direção rubro-negra revisou o orçamento que montou antes do início da temporada com os números até o mês de agosto. E a readequação mostra que quase tudo melhorou nas contas do clube neste ano.
A começar pelo faturamento. O departamento financeiro, que calculou arrecadar modestos R$ 10 milhões com transferências de atletas, assegurou R$ 198 milhões até aqui, dinheiro que se divide entre as vendas de Vinicius Júnior e Jorge. Mas não foi só isso. Os patrocínios, os direitos de transmissão e o programa de sócios-torcedores, o Nação Rubro-Negra, geraram mais receita do que previram os dirigentes flamenguistas no primeiro orçamento.
O ponto mais sensível a sofrer baixa foi o das bilheterias e outras receitas ligadas ao estádio. O Flamengo, que estimava R$ 61 milhões com essa fonte, agora calcula que terminará 2017 com R$ 49 milhões arrecadados. O motivo do erro nas contas foi o Maracanã, que ainda era tido como prioridade à época do primeiro orçamento, mas foi substituído pela Ilha do Urubu conforme o clube notou que não sairia vitorioso da queda de braço com a concessionária Odebrecht.
A receita, que era para ser de R$ 435 milhões, deverá chegar a R$ 633 milhões. E quando entra mais dinheiro do que se previa também se gasta mais. No decorrer da temporada o Flamengo finalmente fez aquilo que a torcida esperava dele, manteve Diego no meio-campo, segurou Guerrero no ataque, contratou o goleiro Diego Alves, trouxe o meia Éverton Ribeiro, enfim, subiu os investimentos. Gastou mais do que imaginava tanto em salários quanto em contratações.
O notável disso tudo é que, mesmo pressionado externamente pelas frustrações em campo, o Flamengo segurou as extravagâncias. A expectativa é terminar a temporada com um superávit ainda maior do que o orçado antes do início dela, o que possibilitará ao clube pagar mais dívidas. E também fazer menos delas. O orçamento inicial previa a tomada de R$ 62 milhões em empréstimos para segurar a bronca no caixa no decorrer do ano. Conforme entrou mais dinheiro, a necessidade caiu para R$ 43 milhões, 30% a menos.
O torcedor se queixa do desempenho esportivo com razão. Para um clube de tal capacidade financeira, levantar a taça do Campeonato Carioca não enche a barriga. Erros na condução do departamento de futebol sem dúvida deixaram o Flamengo abaixo das expectativas na Libertadores e no Brasileiro. Mas não deixa de ser elogiável que, sob pressão, os números nas finanças continuem sob controle e em crescente melhoria. São eles que darão sustentação para que o clube enfim tenha períodos vitoriosos e duradouros no futuro.
O Flamengo revisa seu orçamento financeiro (Foto: Fonte: Flamengo)
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