Avener Prado - 12.mar.2015/Folhapress | |
O italiano Cesare Battisti, condenado na Itália à prisão perpétua |
LETÍCIA CASADO
CAMILA MATTOSO
Folha de São Paulo
CAMILA MATTOSO
Folha de São Paulo
O italiano Cesare Battisti foi retido nesta quarta-feira (4) na fronteira do Brasil com a Bolívia, na cidade de Corumbá (MS).
Battisti está na delegacia da Polícia Federal da cidade. Ele foi retido para averiguação e pode ser liberado nas próximas horas, disseram pessoas a par do assunto.
Ele portava uma quantidade baixa de dinheiro em espécie, incluindo reais, dólares e euros, apurou a Folha.
O italiano foi condenado em seu país à prisão perpétua por quatro assassinatos nos anos 70, quando integrava o partido Proletários Armados para o Comunismo, grupo de extrema esquerda.
Battisti fugiu da Itália e, em 2004, veio para o Brasil. Foi preso em 2007 e, em 2009, o STF autorizou a extradição, que foi negada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2010, no último dia de seu governo.
De acordo com a defesa de Battisti, há várias tentativas ilegais de remetê-lo para o exterior.
Na semana passada, seus advogados entraram com pedido de habeas corpus no STF (Supremo Tribunal Federal) para impedir sua eventual extradição, deportação ou expulsão do Brasil.
"Desde 2016, com as mudanças ocorridas no Poder Executivo, os advogados afirmam que há notícias de que o governo italiano pretende intensificar as pressões sobre o governo brasileiro para obter a extradição", informa o STF.
Na semana passada, o jornal "O Globo" noticiou que o governo da Itália apresentou pedido para que o presidente Michel Temer reveja a decisão de Lula.
Em 2015, Battisti casou com uma brasileira. O casal tem um filho "que depende econômica e afetivamente dele, o que impede a sua expulsão", afirma a defesa.
O relator do caso é o ministro Luiz Fux. Não há prazo para Fux decidir sobre o pedido.