quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Garotinho é preso pela PF durante programa de rádio por fraude eleitoral

Congresso em Foco


Garotinho é réu em processo que apura uso de programa assistencial para a compra de votos em Campos

O ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho foi preso na manhã desta quarta-feira (13) pela Polícia Federal enquanto apresentava seu programa na Rádio Tupi, em São Cristóvão, na capital fluminense. Os agentes cumpriram mandado de prisão domiciliar contra o político. Garotinho é levado para o município de Campos (RJ), onde terá de ficar recolhido em sua casa.
A prisão foi determinada nesta quarta pelo do juiz Ralph Manhães, da 100ª Zona Eleitoral. O magistrado também determinou que o ex-governador utilize tornozeleira eletrônica, fique impedido de usar telefone celular e tenha contato apenas com familiares próximos e advogados. Para o juiz, a prisão de Garotinho é necessária porque, segundo o magistrado, há fortes indícios de que o grupo liderado por ele segue cometendo crimes, destruindo provas e ameaçando testemunhas.
Manhães também o condenou à prisão em regime fechado por corrupção eleitoral, associação criminosa e supressão de documentos públicos. Mas a sentença só poderá ser cumprida se for confirmada em julgamento na segunda instância.
De acordo com o juiz, quando era secretário de Governo da administração de Rosinha, em Campos, Garotinho desviou R$ 11 milhões do programa municipal Cheque Cidadão, de assistência a famílias carentes, para um esquema paralelo pelo qual candidatos a vereador distribuíam cartões eletrônicos, com R$ 200 cada, para potenciais eleitores. Foram cadastrados de maneira irregular, de acordo com a acusação, 17.500 eleitores. Com isso, segundo Manhães e o Ministério Público, o ex-governador pretendia garantir forte base de apoio ao seu candidato à prefeitura Dr. Chicão (PR), que acabou derrotado.
Em junho o Ministério Público pediu a prisão preventiva do ex-governador após uma testemunha da Operação Chequinho ter denunciado que sofria ameças do grupo político dele. Considerada testemunha-chave, Elizabeth Gonçalves dos Santos, ex-funcionária da secretaria municipal de Desenvolvimento Humano e Social de Campos contou detalhes sobre o funcionamento do esquema depois de ter sido presa no ano passado.
Esta é a segunda vez que Garotinho é preso com base na Operação Chequinho. Levado pelos policiais em novembro do ano passado, ele logo conseguiu o benefício da prisão domiciliar. Semanas depois a decisão foi revogada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A assessoria de Garotinho preferiu não se manifestar no momento e diz que ainda busca informações.