terça-feira, 26 de setembro de 2017

Eletrobras não será vendida 'a preço de banana', diz ministro Fernando Coelho Filho


O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho - Jorge William / Agência O Globo


Manoel Ventura - O Globo



O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, disse nesta terça-feira que a Eletrobras não será vendida "a preço de banana". Ao defender a privatização, ele afirmou que a estatal vem "perdendo relevância" na geração de eletricidade do país e que a empresa está com obras atrasadas pelo país.

— Não estamos vendendo (a Eletrobras) na bacia das almas, à preço de banana — afirmou Coelho Filho, durante audiência pública no Senado.

O governo anunciou em agosto a decisão de privatizar a Eletrobras. O modelo de venda da empresa está em discussão dentro do governo. Para defender a medida, o ministro sustentou que apenas 15% do aumento da capacidade instalada de energia no país nos últimos cinco anos foi feito pela Eletrobras. Os 85% restantes são resultado do investimento de outros agentes, especialmente do setor privado.

— O brasileiro tem que voltar a ter orgulho da Eletrobras. A Eletrobras vem cada vez mais perdendo relevância na geração elétrica do país. Se a gente não fizer nada, cada vez mais a empresa vai diminuir — disse.

Além disso, segundo Coelho, das 50 obras de construção de linhas de transmissão de energia com maiores atrasos, 30 são do Grupo Eletrobras. E o tempo médio do atraso da Eletrobras é de 4,9 anos. Nos últimos seis anos, o patrimônio líquido da Eletrobras caiu 43%, de R$ 77,2 bilhões para R$ 44 bilhões, de acordo com dados apresentados pelo ministro.

— Hoje, a Eletrobras está proibida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de participar de qualquer leilão — afirmou.

Fernando Coelho Filho também afirmou que o governo ainda discute como será a golden share da União na Eletrobras. Essa ação de classe especial dá poder de veto ao governo em decisões estratégicas da empresa e é uma promessa do Ministério de Minas e Energia o processo de privatização a elétrica.

— Nós defendemos a importância de se ter uma golden share no caso da Eletrobras. Eu já falei, inclusive para o próprio presidente da República, da importância de se ter e a defesa do Ministério de Minas e Energia é que se possa ter essa golden share para que o governo possa fazer valer as suas decisões e suas convicções — completou o ministro.