Ana Beatriz Marin - O Globo
Lista reúne casos de gente que fingiu ser prisioneira de campo de concentração ou sobrevivente do atentado ao World Trade Center
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Desde pequenos somos ensinados a não mentir. “É feio”, diz a mãe. “O nariz cresce”, fala o pai. Algumas crianças aprendem cedo. Outras precisam chegar à idade adulta e se ver envolvidas em escândalos para descobrir que, no fim das contas, o que a mentira tem mesmo é perna curta.
O brasileiro Marcelo Nascimento da Rocha, o americano Frank Abagnale Jr., os modelos alemães Fab Movan e Rob Pilatus, e os catalães Enric Marco e Alicia Esteves Head fazem parte de um grupo de grandes mentirosos que perderam qualquer rastro de credibilidade depois que suas farsas foram descobertas. Faltando dois dias para 1º de abril — o famoso Dia da Mentira —, suas histórias voltam a ganhar destaque.
O caso que abre a lista é o de Marcelo. Ele criou para si um total de 16 identidades. Todas falsas. “Foi” guitarrista do Engenheiros do Hawaí, policial de elite e até olheiro da Seleção Brasileira. Em 2001, a fama veio quando se fez passar por Henrique Constantino, filho do dono da Gol. Traído pela vaidade, pilotou jatinho com gente famosa e deu entrevista para um programa de televisão. Só se esqueceu de que estava sendo procurado pela polícia depois de ter fugido da prisão no Acre. Afinal, Marcelo era, na verdade, um grande estelionatário. Ao ser reconhecido, foi preso pela PF do Rio.
Outras histórias que também chamam a atenção são as dos catalães Enric Marco e Alicia Esteves Head. Marco enganou os espanhóis durante 30 anos, dizendo ser sobrevivente do campo de concentração de Flossenbürg, na Alemanha. Ele chegou ao cúmulo de publicar uma biografia com suas fantasiosas experiências. A mentira foi descoberta graças ao perseverante trabalho dos historiadores Benito Bermejo e Sandra Checo. Através da extensa pesquisa que fizeram para o livro “Memorial: Espanhóis deportados para os campos nazistas”, descobriram que Marco nunca havia estado em Flossenbürg. Essa história acabou virando tema do livro “o Impostor”, de Javier Cercas, e do documentário “Ich bin Enric Marco”, de Lucas Vermal e Santiago Fillol.
Já Alicia fingiu ser sobrevivente do atentado ao World Trade Center, em 2001. Deu entrevistas a diversos meios de comunicação durante cinco anos, contando histórias que, de tão inverossímeis, despertaram as suspeistas de jornalistas do 'The New York Times".
Foram eles que descobriram a farsa de Alicia para todo o mundo.
Confira todas as histórias no vídeo acima.
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