Vice-presidente da CPI da Petrobras pretende ouvir tesoureiro
petista em 9 de abril, mas o partido não aceita
A data do depoimento de João Vaccari Neto à CPI da Petrobras causou um novo embate entre PSDB e PT nesta terça-feira. Os tucanos querem ouvi-lo no dia 9 de abril, enquanto os petistas rejeitam essa hipótese por temer que o potencial explosivo da oitiva sirva para incendiar os protestos marcados para o próximo dia 12.
O presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PB), não compareceu à sessão desta terça-feira e o comando dos trabalhos ficou com o primeiro vice-presidente, o deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA). No fim da sessão, o tucano anunciou que o tesoureiro do PT seria ouvido já no dia 9 de abril. Isso contraria um acordo informal feito entre Hugo Motta e o relator da comissão, Luiz Sérgio (PT-RJ), que previa para 23 de abril o depoimento de Vaccari. "Entendo que o atropelo é para obedecer uma lógica política", diz o petista. Na opinião dele, o PSDB pretende fazer do depoimento de Vaccari um fator de mobilização para os protestos de 12 de abril.
Luiz Sérgio até concordou em antecipar para o dia 14 a ida do tesoureiro à Comissão Parlamentar de Inquérito, mas não aceita que Vaccari fale antes do dia 12.
O tucano Imbassahy nega oportunismo: diz que não foi informado do acordo entre Motta e Luiz Sérgio, e afirma que a data de 9 de abril estava vaga. "Não creio que a CPI possa introduzir nenhum elemento novo nessa mobilização do dia 12", afirma. Agora, o vice-presidente vai consultar Hugo Motta, que está fora de Brasília, para decidir a data na qual Vaccari será ouvido.
Se prevalecer o cronograma defendido por Luiz Sérgio, a CPI colheria em 9 de abril o depoimento de Augusto Mendonça, executivo da Toyo Setal. A oitiva de Hugo Repsold, ex-diretor de Gás e Energia da Petrobras, já está confirmada para o dia 7.