O Grupo OAS apresentou nesta terça-feira (31) à Justiça do Estado de São Paulo pedido de recuperação judicial para nove de suas empresas. A iniciativa tem como objetivo a renegociação das dívidas do grupo com credores e fornecedores diante da intensa restrição de crédito verificada desde o final do ano passado, quando a OAS passou a ser investigada pela Operação Lava Jato sob a suspeita de formação de cartel para assumir o controle de contratos da Petrobras.
O pedido inclui a Construtora OAS, OAS S.A., OAS Imóveis S.A., SPE Gestão e Exploração de Arenas Multiuso, OAS Empreendimentos S.A., OAS Infraestrutura S.A., OAS Investments Ltd., OAS Investments GmbH e OAS Finance Ltd.
Em nota, o grupo informou que pretende "vender os ativos num processo de Recuperação Judicial para dar segurança aos investidores de que não correrão risco de ter seu negócio contestado na Justiça pelos credores da OAS. O desinvestimento em ativos é motivado também pela decisão de priorizar o core business do Grupo, que é o nosso braço de construção pesada, a Construtora OAS".
De acordo com o diretor de Desenvolvimento Corporativo da Construtora OAS, Diego Barreto, o pedido de recuperação judicial da empresa se deve a questões técnicas, já que é a garantidora dos financiamentos do grupo, e não por falta de liquidez, como no caso das outras empresas incluídas no pedido.
Após o deferimento do pedido de recuperação pelo Judiciário, a OAS terá 60 dias para apresentar o plano de reestruturação dos débitos aos credores e fornecedores, que terão mais 120 dias para discutir e aprovar a proposta. As dívidas contraídas até a data do pleito serão congeladas e renegociadas, e todas as que forem feitas a partir do mês de abril serão integralmente cumpridas. Pagamentos de salários e benefícios de colaboradores não serão afetados pelo processo, que envolve de forma direta ou indireta mais de 100 mil colaboradores.
O pedido de Recuperação Judicial não inclui as Sociedades de Propósito Específico (SPEs) da OAS Empreendimentos, que são responsáveis pela incorporação e construção de empreendimentos imobiliários em vários estados brasileiros. Dessa forma, todos os compradores de imóveis não serão afetados pelos acordos estabelecidos no processo.
Também foram excluídas do pedido a Arena das Dunas, a Arena Fonte Nova, a OAS Soluções Ambientais e a OAS Óleo e Gás, além das participações da OAS na concessionária Porto Novo, no Estaleiro Enseada, na OAS Logística, na OAS Energy e na OAS Defesa.
Vale lembrar última semana, a Galvão Engenharia também entrou com pedido de recuperação judicial após sofrer impactos das investigações de corrupção na Petrobras.