sábado, 22 de julho de 2023

Adriano Pires: 'Setor de energia espera aperfeiçoamentos da reforma tributária no Senado'

 

Adriano Pires, Reprodução


Mudanças na direção para 

o que está correto serão 

sempre bem-vindas para o 

Brasil e merecerão todo o 

nosso apoio. Estamos todos

 dentro do mesmo avião e 

sempre torceremos para 

uma boa condução do piloto,

 que afaste a queda e acidentes. 


Nas últimas semanas tivemos

 a aprovação na Câmara do 

projeto da reforma tributária 

e da Lei do Carf, que agora 

seguirão para o Senado, e na 

volta do recesso parlamentar 

deverá ser discutido na 

Câmara o arcabouço fiscal.


Tudo isso é um avanço, em

 particular a reforma tributária, 

que é um pleito antigo de 

todos os brasileiros. Entretanto,

 no caso do setor de energia

faltam no texto da reforma

 tributária alguns 

aperfeiçoamentos para os 

quais o Senado precisa ficar 

atento.


É fundamental que na seção III, 

Dos Impostos da União, no 

artigo 153 seja acrescentado 

no inciso V, parágrafo 6, que o

 imposto previsto no inciso VIII 

não incidirá sobre bens e 

serviços essenciais. Com isso

 se cria um tratamento 

diferenciado para a energia, 

que mais do que nunca se 

transformou num bem essencial.


Num mundo cada vez mais

 eletrificado, ninguém consegue

 viver sem energia elétrica

Sem energia elétrica não se 

tem qualidade de vida nem 

a inserção do cidadão de 

forma equânime na sociedade. 

Ao mesmo tempo, corrige-se 

uma tributação errada, 

principalmente do ponto de 

vista social, que olhava a 

energia como se fosse um 

bem não essencial como 

cigarro e bebidas. Pasmem, 

mas na nossa conta de 

energia metade são impostos

 federais e, principalmente, 

estaduais. Portanto, na 

reforma tributária temos a

 oportunidade de fazer 

essa correção e reduzir as

 tarifas. Pena que não 

entrou no texto aprovado 

na Câmara e a 

responsabilidade passa

 a ser do Senado.


Outro ponto que merece 

uma discussão no Senado 

mais apurada e cuidadosa 

é o dispositivo previsto no 

artigo 20 que abre brecha 

para a criação de um 

imposto estadual que pode

 incidir sobre produtos 

primários e semielaborados. 

Isso preocupa, e com razão, 

os setores do agronegócio, 

mineração e petróleo. Não 

faz nenhum sentido aprovar 

a reforma e criar uma 

exceção, permitindo aos 

Estados criar impostos sobre

 produtos agrícolas, de 

minério e de petróleo. 

O fato é que o texto aprovado 

no artigo 20 não guarda 

nenhuma relação com a 

tributação de consumo, tema 

objeto da reforma. Enfim, o 

artigo 20 traz insegurança 

jurídica para três dos 

principais geradores de 

emprego e renda no Brasil: 

o agronegócio, a mineração 

e o petróleo.


Por fim, existe um debate, 

que deveria também ser feito 

no Senado, de que alíquotas 

diferenciadas prejudicam a 

produtividade e o crescimento. 

O certo, mais barato e melhor 

do ponto de vista social seriam

 programas sociais específicos.

 Uma bela discussão para o 

Senado Federal.

Senado deve discutir a reforma na volta do recesso parlamentar 

Foto: Jefferson Rudy / Agência Senado


Outro ponto que merece uma

 discussão no Senado mais 

apurada e cuidadosa é o 

dispositivo previsto no artigo

 20 que abre brecha para a

 criação de um imposto estadual 

que pode incidir sobre produtos 

primários e semielaborados. 

Isso preocupa, e com razão, 

os setores do agronegócio, 

mineração e petróleo. Não faz 

nenhum sentido aprovar a 

reforma e criar uma exceção, 

permitindo aos Estados criar 

impostos sobre produtos 

agrícolas, de minério e de 

petróleo. O fato é que o texto 

aprovado no artigo 20 não 

guarda nenhuma relação com

 a tributação de consumo, 

tema objeto da reforma. Enfim, 

o artigo 20 traz insegurança 

jurídica para três dos 

principais geradores de 

emprego e renda no Brasil: 

o agronegócio, a mineração

 e o petróleo.


Por fim, existe um debate, 

que deveria também ser feito 

no Senado, de que alíquotas 

diferenciadas prejudicam a 

produtividade e o crescimento. 

O certo, mais barato e melhor

 do ponto de vista social 

seriam programas sociais 

específicos. Uma bela 

discussão para o Senado Federal.



Adriano Pires, Estadão