quarta-feira, 26 de julho de 2023

Paulo Guedes sempre esteve certo! Fitch melhora classificação de risco soberano do Brasil e eleva rating de ‘BB-’ para ‘BB’

 Agência de classificação de risco diz que houve melhora no desempenho macroeconômico e fiscal do País acima do esperado


Foto Capitalist.com.BR

A agência de classificação 

de risco Fitch anunciou

hoje, 26, que elevou o rating

 soberano do Brasil, 

de BB- a BB, com 

perspectiva estável, dois 

degraus abaixo do cobiçado 

grau de investimento

Segundo a agência, a 

mudança reflete “um 

desempenho 

macroeconômico e fiscal 

melhor que o esperado”, 

em meio a “choques 

sucessivos em anos recentes”, 

com políticas proativas e 

reformas que têm apoiado

isso.


Há pouco mais de um mês

 a Standard & Poor’s já

 havia feito um movimento 

de revisão das notas do 

Brasil. Na ocasião, a 

agência alterou a perspectiva

 de rating do Brasil de estável

 para positiva, o que não 

ocorria desde 2019. Rating

 é uma nota dada a países

 emissores de títulos em 

relação a capacidade de 

pagamento de cada um. 

Apesar da melhora, a nota 

do Brasil ainda indica nível

 especulativo. Na Fitch, a 

partir da nota BBB-, o País 

já pode reconquistar o selo

 de bom pagador com o 

grau de investimento.


.

Em 2008, no segundo 

mandato do governo Lula,

 o Brasil conseguiu a tão 

sonhada nota, que abre 

portas para receber uma 

série de investimentos 

de peso. Em 2015, durante 

o governo Dilma Rousseff, 

o País perdeu o grau de 

investimento em meio a 

uma série de crises 

internas, como a Operação 

Lava Jato, recessão 

econômica e aumento do 

endividamento.


Mas o cenário começa a 

mudar lentamente. No 

comunicado da Fitch, ela 

cita também a “expectativa 

de que o novo governo

 trabalhará por mais 

melhoras”. Mesmo em meio

 a “tensões políticas” desde 

o rebaixamento de 2018, 

o Brasil alcançou 

“progresso” em reformas

 importantes para lidar com

 “desafios econômicos e 

fiscais”, considera a Fitch.


Apesar de o novo governo 

de Luiz Inácio Lula da Silva

 promover um distanciamento 

da agenda econômica liberal 

de governos anteriores, a 

agência espera 

“pragmatismo” e que freios 

e contrapesos institucionais 

mais amplos impeçam 

desvios “radicais” nas 

frentes macro e 

microeconômicas Fitch 

argumenta que a posição 

fiscal do País se deteriora

 em 2023, após melhora 

anterior, mas ela espera 

que as novas regras 

fiscais e medidas 

tributárias ancorem uma

 “consolidação gradual”. 

Ela projeta ainda que a 

relação entre dívida e PIB 

do País cresça, mas a um

 ritmo mais lento e de um

 ponto de partida muito 

melhor que o antes previsto..


Agência melhorou rating de BB- para BB
Agência melhorou rating de BB- para BB Foto: JESSICA RINALDI / Reuters


A agência vê os ratings 

do Brasil apoiados por “sua 

economia grande e diversa”,

 renda per capita elevada, e 

por mercados domésticos

 arraigados e um grande 

colchão financeiro, que 

apoiam a flexibilidade do

 financiamento soberano

 e sua parcela elevada de 

dívida em moeda local”.


O comunicado diz ainda 

que os ratings são apoiados 

por capacidade de absorver 

choques, baseada por um 

câmbio flexível, reservas

 internacionais “robustas” e

 uma posição de credor 

externo líquido soberano. 


Por outro lado, eles são 

contidos pela alta dívida 

do governo, pela rigidez 

fiscal, pelo potencial de 

crescimento “fraco” e por 

métricas de governança 

“relativamente baixas”.


Junto com a elevação do 

rating, a Fitch reviu a 

previsão de crescimento 

do Brasil em 2023 de 0,7% 

para 2,3%. A explicação é 

que a atividade econômica

 segue amparada pelo 

bom volume de produção 

agrícola, pelo mercado de

 trabalho aquecido, pelo 

crescimento do crédito e 

pelos gastos do governo.


Esses fatores agem em 

contraponto ao 

resfriamento do consumo 

causado pela política 

monetária restritiva, diz 

a agência.


Para 2024, a previsão da

 Fitch é de que o ritmo de 

crescimento do Brasil 

diminua para 1,3%, dada 

a expectativa de 

normalização da produção

 agrícola, e nos anos 

seguintes a projeção é de 

que a taxa de expansão 

da economia convirja a 2,0%.


A agência apontou que o 

governo espera um 

crescimento de 2,6% para 

a economia brasileira no 

médio prazo, mas 

considera que “ainda não

está claro se será possível

 avançar com uma agenda 

econômica suficientemente 

potente” para alcançar este

objetivo.



Por Gabriel Bueno da Costa e Sergio Caldas, Estadão