segunda-feira, 26 de junho de 2023

Desgoverno Lula tem novo embate

Petista plantado no ministério de Minas e Energia pressiona para que Petrobras mude a política de reinjeção de gás


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O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates | Foto: Foto: Reprodução/Agência Brasil

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, entrou em um novo embate. Dessa vez, o alvo é o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

A pasta defende a posição de que a estatal mude sua política de reinjeção de gás em reservatórios de petróleo. No entanto, o presidente da petroleira voltou a endossar o uso da tecnologia pela empresa — Prates considera que a ferramenta é essencial para aumentar a produção de petróleo e elevar a arrecadação de tributos.

Indireta nas redes sociais

No sábado 24, Prates compartilhou um artigo defendendo a técnica de reinjeção de gás carbônico nos poços de petróleo. O texto, com o título “Desmistificar para avançar”, de autoria de Tiago Homem, gerente-executivo de Reservatórios da Petrobras, foi publicado pelo site Metrópoles.

O artigo defende a ideia de que a prática tem “caráter técnico”, com objetivo de “garantir o melhor aproveitamento dos recursos energéticos brasileiros, sempre com respeito à segurança e ao meio ambiente, de forma a contribuir para o desenvolvimento socioeconômico do Brasil”.

O autor explica que a maior parte do gás natural produzido no Brasil está associada ao petróleo em campos do pré-sal, com grande teor de gás carbônico CO2.

“Isso significa que, para produzir o petróleo do pré-sal, obrigatoriamente é extraído gás natural e CO2 entranhado no óleo. Esse CO2 que vem com o óleo não deve ser liberado na atmosfera por provocar efeito estufa. Logo, precisa ser reinjetado, e o gás natural é justamente o veículo que leva o CO2 de volta aos reservatórios. Com esta operação realizada continuamente nas diversas plataformas do pré-sal, a Petrobras executa o maior processo de captura de carbono do mundo”, defendeu Tiago Homem.

O gerente da petroleira diz ainda que, “devido às condições específicas do pré-sal brasileiro, a reinjeção de gás proporciona um aumento na produção de petróleo e, portanto, gera maiores receitas e, consequentemente, maior arrecadação de tributos aos governos nos seus diferentes níveis, sendo a melhor solução para a sociedade”.

“Em projetos grandes, como algumas plataformas do Campo de Búzios, na Bacia de Santos, a arrecadação de tributos poderia reduzir em até 25% se não houvesse reinjeção”, informou no artigo.

Ministro discorda

Em 16 de junho, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse lutar diariamente para reverter a prática de reinjeção de gás pela Petrobras, mirando produzir mais gás para fornecer a grandes consumidores e fomentar a “reindustrialização” do país.

“A média mundial de reinjeção das petroleiras no mundo é bem menor. Os Estados Unidos reinjetam 12,5% do seu gás para impulsionar produção de petróleo. A África, 23,9%, e a Europa 24,7%. O Brasil reinjeta 44,6% do gás”, argumentou Silveira, na ocasião.

Com Revista Oeste