sexta-feira, 31 de março de 2023

'Ministro' do ex-presidiário Lula mente em documento oficial

Na viagem a São Paulo, Juscelino Filho participou de leilões de cavalos de raça, mas disse que era 'agenda oficial'

A Comissão de Ética Pública da Presidência da República abriu uma investigação contra o ministro Juscelino Filho
A Comissão de Ética Pública da Presidência da República abriu uma investigação contra o ministro Juscelino Filho | Foto: Divulgação

O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, mentiu em documento oficial sobre a viagem que fez a São Paulo em janeiro, logo depois de assumir a pasta no governo Lula.

No ofício, o ministro informou que sua agenda de trabalho fora de Brasília se estendeu de quinta-feira a domingo. No entanto, o compromisso oficial durou apenas duas horas e meia. A partir do meio-dia de sexta até domingo, toda a agenda de Juscelino foi voltada para participar de leilões e eventos de cavalos de raça. A informação é do jornal Estado de S.Paulo.

A prestação de contas da viagem foi assinada pelo próprio ministro em 31 de janeiro. Intitulado “Relatório de viagem”, o registro contém informações como o roteiro e a descrição da “missão”, além de dados do ministro.

No documento, há questões como “compareceu ao trabalho no dia da viagem?” e “houve alteração no roteiro da missão? Se sim, justifique”.

A resposta para a pergunta sobre mudanças no roteiro da viagem foi “não”. O ministro informou que a viagem oficial durou de “26 a 30 de janeiro”, de quinta-feira a domingo.

Para viajar a São Paulo, Juscelino preencheu outros documentos nos quais informou que a viagem era “urgente” e solicitou pagamento de diárias para cobrir todo o período de quatro dias. Depois que o caso foi revelado, o ministro devolveu R$ 2 mil de um total de R$ 3 mil que recebeu.

A prestação de contas da viagem contradiz a versão do ministro. Após a volta de São Paulo, quando já havia participado dos eventos com cavalos, ele próprio informou em documento interno que durante todo o período em que esteve em São Paulo estava trabalhando.

Na terça-feira 28, a Comissão de Ética Pública da Presidência da República analisou o caso e decidiu abrir uma investigação para averiguar a conduta do ministro.

O que diz o ministério

Em nota, o Ministério das Comunicações afirmou que “como já explicado mais de uma vez, houve uma falha no sistema, que lançou as diárias no período todo, sem excluir o período de descanso”.

“Essa falha já foi detectada, já foi corrigida, o valor já foi devolvido e isso já foi esclarecido”, afirmou.

Revista Oeste