quarta-feira, 29 de março de 2023

Ex-CEO da Americanas ‘indica’ culpado pela crise

Sérgio Rial, que ficou dez dias no cargo, deu explicações sobre o rombo

O ex-CEO da Americanas Sérgio Rial, durante audiência da Comissão de Assuntos Econômicos no Senado
O ex-CEO da Americanas Sérgio Rial, durante audiência da Comissão de Assuntos Econômicos no Senado | Foto: Divulgação

Sérgio Rial, que ficou por dez dias no posto de CEO da Americanas, compareceu na terça-feira 28, à Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. Ele deu explicações sobre as “inconsistências contábeis” que levaram a varejista a informar um rombo contábil de R$ 20 bilhões.

De acordo com o ex-CEO, houve falhas no processo de transição da presidência da companhia. Ele definiu o antecessor, Miguel Gutierrez, como um “centralizador”, que controlava as informações. O executivo também criticou a falta de acesso aos resultados de 2022.

O processo de transição, contou Rial, foi iniciado em setembro do ano passado. Rial acusou o então CEO de tê-lo impedido de participar de uma reunião na qual os resultados de 2022 seriam apresentados.

Rial disse ter percebido os primeiros indícios das “inconsistências contábeis” durante uma outra reunião, com o Conselho de Administração, antes mesmo de assumir o cargo.

“Dado o crescimento das vendas digitais, ficou muito difícil só ter financiamento com fornecedores. Os bancos entram na estrutura de financiamento da empresa. Se entram, é dívida bancária”, disse aos senadores. A operação, corriqueira no varejo, não estava sendo lançada como dívida nos balanços da Americanas, por vários anos.

Rial disse que foi ao Banco Central (BC) e constatou que a dívida existia. No dia 10 de janeiro, contou, ocorreu uma reunião com a auditora PwC, que, segundo ele, ficou “chocada” com a revelação. Foi então que o executivo tomou a inciativa de tornar público o rombo, em 11 de janeiro, e deixar o comando da varejista.

Leia também: “O rombo da Americanas”, reportagem publicada na edição 150 da Revista Oeste

Revista Oeste