Sérgio Rial, que ficou dez dias no cargo, deu explicações sobre o rombo
Sérgio Rial, que ficou por dez dias no posto de CEO da Americanas, compareceu na terça-feira 28, à Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. Ele deu explicações sobre as “inconsistências contábeis” que levaram a varejista a informar um rombo contábil de R$ 20 bilhões.
De acordo com o ex-CEO, houve falhas no processo de transição da presidência da companhia. Ele definiu o antecessor, Miguel Gutierrez, como um “centralizador”, que controlava as informações. O executivo também criticou a falta de acesso aos resultados de 2022.
O processo de transição, contou Rial, foi iniciado em setembro do ano passado. Rial acusou o então CEO de tê-lo impedido de participar de uma reunião na qual os resultados de 2022 seriam apresentados.
Rial disse ter percebido os primeiros indícios das “inconsistências contábeis” durante uma outra reunião, com o Conselho de Administração, antes mesmo de assumir o cargo.
“Dado o crescimento das vendas digitais, ficou muito difícil só ter financiamento com fornecedores. Os bancos entram na estrutura de financiamento da empresa. Se entram, é dívida bancária”, disse aos senadores. A operação, corriqueira no varejo, não estava sendo lançada como dívida nos balanços da Americanas, por vários anos.
Rial disse que foi ao Banco Central (BC) e constatou que a dívida existia. No dia 10 de janeiro, contou, ocorreu uma reunião com a auditora PwC, que, segundo ele, ficou “chocada” com a revelação. Foi então que o executivo tomou a inciativa de tornar público o rombo, em 11 de janeiro, e deixar o comando da varejista.
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Revista Oeste