quinta-feira, 30 de março de 2023

Governo não explicou como cumprir meta fiscal

 'Parece mais uma carta de intenções', afirma economista, sobre proposta de Haddad

Rogério Mori, Professor da FGV | Foto: Reprodução/YouTube
Rogério Mori, Professor da FGV | Foto: Reprodução/YouTube

Professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), o economista Rogério Mori criticou a proposta de regramento fiscal apresentada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta quinta-feira, 30. A fala do acadêmico ocorreu durante a participação no programa Oeste Sem Filtro.

“É um retrocesso”, disse o professor da FGV. “Estamos voltando a aquilo que acontecia em 2016. Voltamos a um meta de superávit primário. Não existe nenhum controle de gastos. Ao contrário, existe uma mola para o aumento das despesas. Se a arrecadação não crescer nada, o gasto cresce 0,6%.”

Mori acredita que, para fechar a conta, o governo Lula irá aumentar os impostos. “Esse arcabouço parece mais um carta de intenções”, observou. “Não ficou claro de onde virão os recursos.” Para o especialista, a apresentação hoje é basicamente uma carta de intenções de ideias.

Ele destacou que, com Paulo Guedes, ministro da Economia durante o governo Bolsonaro, a apresentação do regramento fiscal seria diferente. “Ele colocaria isso em pratica”, afirmou. “Um documento desse traria tudo detalhado.”

Segundo o professor, a estratégia do governo é avançar nos impostos indiretos, como o PIS/Cofins. “Estamos falando de aumento de impostos, e não de corte de gastos.”

Contudo, Mori afirmou que o mercado tinha impressão de que poderia ser pior. Por isso, o saldo positivo no Ibovespa hoje. “É um marco infinitamente inferior ao que gente tinha, do ponto de vista fiscal”, comentou.

O programa Oeste Sem Filtro vai ao de segunda-feira à sexta-feira, às 17h45, através das plataformas Rumble, YouTube e Twitter. Na bancada, Augusto Nunes, Paula Leal, Sílvio Navarro, Ana Paula Henkel e convidados comentam as principais assuntos do dia.

Revista Oeste