sexta-feira, 4 de novembro de 2022

Puxadinho do Covil do Loola/STF-TSE, FolhaLixo muda título de reportagem e apaga ‘Orçamento secreto’

Ex-Jornal substituiu o termo por ‘emenda de relator’ - Folheto assumiu descaradamente 'assessoria' da quadrilha do Mensalão, do Petrolão e da Fraude nas Eleições

A <i>Folha</i> abriu mão do 'Orçamento secreto' e passou a usar 'emenda de relator'
Folha abriu mão do 'Orçamento secreto' e passou a usar 'emenda de relator' | Foto: Divulgação/Grupo Folha

Folha de S.Paulo alterou o título de uma reportagem antiga, intitulada “Saiba o que é e como funciona o orçamento secreto”, para “Saiba o que é e como funciona a emenda de relator”. O termo substituído era amplamente utilizado para atribuir ao presidente Jair Bolsonaro (PL) a responsabilidade por suposto esquema de compra de apoio parlamentar.

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Na quinta-feira 3, o jornal foi criticado por publicar uma reportagem com o título “Pacheco defende acordo entre Poderes para manter emendas de relator, criticadas por Lula”. A Folha respondeu aos leitores e disse que sempre usou o termo “emendas de relator” em sua cobertura noticiosa.

Contudo, é possível verificar em registros oficiais que o jornal também usou “orçamento secreto” em reportagens informativas. Em um desses textos, inclusive, a Folha alterou o título. E não comunicou seus leitores. A reportagem com o título antigo consta neste link.

O que é o ‘Orçamento secreto’?

Ao longo do primeiro mandato de Bolsonaro, o consórcio de imprensa buscou implacavelmente um escândalo de corrupção que pudesse ser equiparado ao Mensalão e ao Petrolão, do Partido dos Trabalhadores (PT). Houve diversas tentativas, até que uma delas fez sucesso: a existência de um “Orçamento secreto”. “É um esquema tão sofisticado que nem os próprios jornais conseguem comprovar os crimes”, escreve o jornalista Silvio Navarro, em reportagem publicada na Edição 125 da Revista Oeste.

É importante ressaltar que a peça orçamentária é manejada e aprovada pelo Congresso Nacional. Cabe ao Executivo enviar seu planejamento de despesas e arrecadação, mas o ajuste é realizado pelo Legislativo. E mais relevante: esses recursos são legais, previstos na legislação brasileira.

“É prática recorrente dos governos atender a pleitos dos parlamentares para manter a fidelidade de sua base no Congresso”, explica Navarro. “Goste-se ou não do modelo, é algo que se chama articulação política. No governo Bolsonaro, passou a ser tratado pelo consórcio de imprensa como um escândalo de compra de apoio parlamentar.” Não há irregularidades nessa prática.

Com informações de Edilson Salgueiro, Revista Oeste