quarta-feira, 31 de março de 2021

Estátua de Greta Thunberg em universidade gera revolta de estudantes no Reino Unido

 

Estátua de Greta Thumberg na Universidade de Winchester - Reprodução/Universidade de Winchester


Uma estátua da ativista sueca contra o aquecimento global, Greta Thunberg, 18, instalada na Universidade de Winchester, no Reino Unido, gerou revolta entre os estudantes. Eles rotularam como um "projeto de vaidade" devido à quantia dedicada à homenagem, 24 mil libras (cerca de R$ 190 mil)

A obra em bronze em tamanho natural da ativista ambiental foi descrita pela universidade como "inspiradora" para o mundo e que "nenhum dinheiro foi desviado" do apoio estudantil ou da equipe para o projeto.

O sindicato dos estudantes discordou e disse que os fundos poderiam ter sido mais bem gastos. A presidente da Winchester UCU, Megan Ball, descreveu Greta como "um modelo fantástico para todos, como alguém que fala alto e com orgulho sobre questões globais importantes", mas disse que o sindicato não poderia apoiar a escultura.

“Estamos em um ano da Covid, muitos alunos realmente não tiveram acesso ao campus, muitos deles estão tentando estudar online e precisam desesperadamente de apoio”, disse Megan.

A presidente da Winchester UCU pediu à universidade que iguale o custo da estátua comprometendo o valor em financiamento adicional para serviços de apoio ao estudante em todo o campus. "Pedimos que enfrentem publicamente as questões críticas que os alunos estão destacando e forneçam uma análise transparente do apoio financeiro adicional e existente."

A vice-reitora da universidade, professora Joy Carter, disse que nenhum dinheiro foi desviado do apoio ao estudante ou da equipe para financiar o projeto West Downs. A universidade gastou 5,2 milhões de libras este ano em apoio ao universitário.

Em um email, enviado aos alunos, a universidade afirma que espera que a estátua se torne um símbolo de seu "compromisso com o combate ao clima e à emergência ecológica".

"Greta é uma jovem que, apesar das dificuldades em sua vida, se tornou uma ativista ambiental líder mundial. Como a universidade para a sustentabilidade e justiça social, temos o orgulho de homenagear esta mulher inspiradora desta forma”, acrescentou o professor Carter.

A universidade acrescentou que muitos a consideram uma figura controversa, mas que aceita debates e conversas críticas. "Esperamos que sua estátua ajude a inspirar nossa comunidade, nos lembrando de que não importa o que a vida nos lance, ainda podemos mudar o mundo para melhor. Essa é uma mensagem que queremos que todos os nossos alunos e todos os jovens ouçam."

A jovem ativista sueca Greta foi a vencedora em 2020 da primeira edição do Prêmio Gulbenkian para a Humanidade, iniciativa que confere 1 milhão de euros (cerca de R$ 6,17 milhões) a projetos inovadores contra as mudanças climáticas.

O valor foi aplicado pela Fundação Thunberg, criada pela adolescente, em diversos projetos no mundo. A primeira doação, de 100 mil euros (R$ 617 mil), foi para a campanha SOS Amazônia, da Fridays for Future Brazil, que combate a Covid-19 na região.

Uma das principais vozes contra as mudanças climáticas nos últimos anos, Greta se notabilizou após começar um movimento de greve estudantil em defesa do ambiente às sextas-feiras. A iniciativa, que começou em Estocolmo, espalhou-se por centenas de cidades em todo o mundo. Em 2019, a jovem foi escolhida a pessoa do ano pela revista Time.

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     Com agências