A história do cabo Wesley Soares Góes, que se recusou a cumprir ordens do governador da Bahia, Rui Costa, contra trabalhadores, e acabou sendo alvejado pelos colegas de farda, comoveu o Brasil.
Em entrevista exclusiva à TV Jornal da Cidade, o médico e ex-vereador Cezar Leite e o advogado Bernardo Guimarães revelaram, direto da Bahia, detalhes do caso, derrubando por terra a versão que o cabo Wesley teve um surto psicótico.
“O cabo Wesley já tinha sido advertido três vezes por não querer cumprir a ordem dada de abordar trabalhadores, ele cansou disso daí. E você vê pelas imagens que ele está totalmente isolado, diversas vezes ele dá as costas para quem supostamente estava fazendo a negociação, mas não houve negociação, porque, para isso, você tem que ter um técnico, um especialista que vai coordenar toda a operação. Em nenhum momento isso foi feito, em nenhum momento houve um processo investigativo, eu estive na área.
O local de um crime como esse deveria ser preservado, para perícia, para investigação. Nenhum policial do BOPE foi alvejado, nenhuma viatura foi alvejada, não teve lesão em parede. Ele inclusive se abaixa, e continuam os tiros. Então, claramente, não houve nenhum tipo de intenção de haver negociação”, ressaltou Cézar Leite.
Para o advogado Bernardo Guimarães, houve uma discrepância na forma como trataram o policial militar, em relação à maneira como conduzem esse tipo de ação quando envolve criminosos.
“Já vimos inúmeras vezes as negociações entrarem pela madrugada, passarem para o dia seguinte, até dois, três dias. Considerar o tempo de negociação de 4 horas [no caso do cabo Wesley] muito tempo é absurdo. Esse é um tempo insuficiente para cansar o policial, e ele optar por se render.
Havia também uma proximidade muito grande entre a equipe que estava negociando e ele próprio, isso pode ter gerado uma pressão e, estando armado, ele veio a se defender. A ameaça de soltar os cães em cima dele... me pareceu um processo totalmente desastroso”, lamentou.
Confira a entrevista completa:
Associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar do Estado de São Paulo repudia conduta da polícia baiana no caso Wesley
Indignados com a morte do colega de farda Wesley Soares Góes, alvejado por outros policiais militares em Salvador, a Associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar do Estado de São Paulo divulgou uma nota de repúdio à conduta do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) da Polícia Militar da Bahia (PMBA).
De acordo com a nota, os procedimentos adotados pela equipe do BOPE na tentativa de conter a ação do PM foram violentos, sem escrúpulos e, infelizmente, causaram a morte desnecessária do policial.
Confira a nota completa:
https://www.cabosesoldados.org.br/repudio-a-morte-do-pm-wesley-soares-goes-da-bahia/
Jornal da Cidade