Presidente também falou sobre o recrudescimento da pandemia de covid-19 e acusou parte da imprensa de gerar 'pânico' na população
O presidente Jair Bolsonaro comentou nesta quarta-feira, 3, a queda de 4,1% do PIB do Brasil em 2020, na comparação com o ano anterior. O resultado foi divulgado nesta manhã pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e representa a maior retração anual da economia do país desde o início da série histórica do instituto, em 1996. Como registramos, o índice interrompe uma sequência de três anos consecutivos de alta, de 2017 a 2019 (4,6% no acumulado do período).
“O que eu posso falar para você é que se esperava que a gente caísse 10%”, afirmou Bolsonaro. “[O Brasil] É um dos países que menos caiu no mundo todo. Então, tem esse dado positivo. O que fez a economia se movimentar, em parte, foi o auxílio emergencial”, avaliou o presidente.
Bolsonaro destacou ainda que “esse dinheiro [do auxílio], quando vai para o município, roda a economia local, que interfere na arrecadação de impostos” municipais, estaduais e federais.
“Fizemos também muita coisa buscando atender, na ponta da linha, o trabalhador, para que não viesse a perder seu emprego.”
Apesar de citar a importância do auxílio emergencial, Bolsonaro voltou a alertar sobre os riscos de aumento do endividamento do país. “A cada vez que você se endivida, tem o cheque especial lá no banco, você paga com juro maior, o valor fica maior no final do mês. É o que pode acontecer com o Brasil.”
Covid-19
O presidente também foi indagado sobre o recrudescimento da pandemia do vírus chinês no país. Ele culpou parte da imprensa por ter criado “pânico” na população. “O problema está aí. Lamentamos. Mas você não pode entrar em pânico. É como a política, de novo, do ‘fique em casa’. O pessoal vai morrer de fome, de depressão?”, questionou. “Para a mídia, o vírus sou eu.”
Ainda em relação à pandemia, Bolsonaro afirmou que o governo federal tem cumprido o seu papel. “O Brasil é um dos países que, em valores absolutos, mais está vacinando. Temos 22 milhões [de vacinas]. Mês que vem, devem ser mais 40 milhões. O país está avançado nisso. Assinei, no ano passado, uma medida provisória destinando mais de R$ 20 bilhões para comprar vacina.”
Fábio Matos, Revista Oeste