O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, disse neste domingo, 29, que o comparecimento às urnas foi de 26,6 milhões eleitores no segundo turno, com 29,47% de abstenção – pessoas que não foram votar. O índice é o maior para esta etapa da eleição ao menos desde 1996, quando19,99% dos eleitores do País não compareceram.
Barroso culpou o vírus chinês pela ausência do eleitor em número tão elevado. Sem mencionar, no entanto, que o cidadão anda frustrado com a postura não apenas do TSE, que se recusa a permitir a emissão do comprovante do voto, mas, sobretudo com o comportamento do STF, que ofende a inteligência dos brasileiros ao soltar traficantes de drogas e corruptos como Luiz Inácio Lula da Silva.
“A abstenção é maior do que desejaríamos, mas é uma eleição em meio à pandemia”, disse Barroso ao comentar o índice em entrevista a jornalistas na noite deste domingo.
O ministro destacou que o TSE conseguiu “neutralizar” as tentativas de cancelamento das eleições por causa da covid-19, o que, segundo ele, teria impactos negativos para a democracia. A disputa, inicialmente marcada para outubro, foi adiada pelo Congresso na esperança de que a situação da pandemia já estivesse mais controlada.
Na entrevista pós-eleições, Barroso também celebrou o fato de a comissão médica formada para definir os rumos das eleições ter acertado em sua previsão de adiamento para 15 de novembro (1º turno) e 29 de novembro (2º turno). “Conseguimos realizar as eleições em um momento em que a incidência da doença estava em menos da metade do pico”, afirmou.
A cidade de São Paulo registrou na eleição municipal deste ano o maior índice de abstenção num segundo turno desde a redemocratização. Mais de 2,7 milhões de eleitores (30,8%) não foram às urnas neste domingo. O número supera a votação de Guilherme Boulos (PSOL), que recebeu pouco mais de 2,1 milhões de votos. Reeleito, Bruno Covas (PSDB) recebeu mais de 3,1 milhões de votos. Votos nulos e brancos somaram mais de 879 mil.
O índice quebra mais um recorde de não comparecimento às urnas na capital. Em 2012, na última disputa municipal em que houve segundo turno, a abstenção registrada foi de 19,99%. Os adversários eram Fernando Haddad (PT), que foi eleito, e José Serra (PSDB). Em 2008, quando Gilberto Kassab (PSD) derrotou Marta Suplicy (então no PT) e em 2004, quando a petista foi derrotada por José Serra (PSDB), os índice foram próximos: 17,54% e 17,55%, respectivamente.
Índices de abstenção no País no segundo turno:
2020: 29,47%
2016: 21,6%
2012: 19,12%
2008: 18,09%
2004: 17,3%
2000: 16,2%
1996: 19,99%
Com informações de Idiana Tomazelli, Vinícius Valfré e Matheus Lara, O Estado de S.Paulo