MPF do RJ acusa responsáveis pela defesa do ex-presidente de liderarem esquema de desvio de dinheiro
Os advogados Cristiano Zanin e Roberto Teixeira serão denunciados à Organização das Nações Unidas (ONU) ao decorrer dos próximos dias, informa o site da revista Veja na noite desta sexta-feira, 27. Responsáveis pela defesa do ex-presidente Lula, eles são alvos de ação que partiu de procuradores do Ministério Público Federal no Rio de Janeiro (MPF-RJ).
O documento a ser encaminhado à ONU é assinado por 12 procuradores atuantes na Operação Lava Jato. Segundo a Veja, o material destinado à entidade internacional reforçará as acusações sobre Zanin e Teixeira. Os dois são alguns dos investigados no âmbito da E$quema S, ação deflagrada pela Polícia Federal em setembro e responsável por apurar denúncias de desvio de até R$ 150 milhões no Sesc e no Senac do Rio de Janeiro. De acordo com o MPF-RJ, a dupla seria responsável por chefiar o esquema.
Ainda como desdobramentos da Operação E$quema S, a Justiça chegou a pedir o bloqueio de mais de R$ 230 milhões em bens de Zanin. Em contrapartida, ele se colocou como vítima de “clara prática do lawfare“, termo do inglês que pode ser interpretado como “guerra jurídica”. Além disso, ao lado de Teixeira, enviou representação à ONU denunciando a questão.
Resposta
No documento para a ONU, procuradores da Lava Jato no Rio de Janeiro reforçam a legalidade nas investigações contra os dois advogados de Lula. Nesse sentido, a equipe afirma que Zanin e Teixeira fechavam contratos fictícios, sem a devida prestação de serviços, em eventos que ocasionariam “desvios e apropriação de verbas públicas”. “Compadrios” e “influências” são alguns dos termos usados pelo time do MPF-RJ.
“Esdrúxula e vazia a versão conspiratória”
“É, portanto, absolutamente esdrúxula e vazia a versão conspiratória apresentada às Nações Unidas pelo Sr. Roberto Teixeira e pelo Sr. Cristiano Zanin Martins, que, ao revés de exercerem o seu legítimo direito de defesa pelo uso de pródigos recursos disponíveis na legislação brasileira, buscam vias heterodoxas para artificializar narrativas e alcançar vitimização e blindagem contra a possível punição por atos criminosos pelos quais vêm sendo acusados pelo Ministério Público Federal”, diz trecho do documento, informa a Veja.
Anderson Scardoelli, Revista Oeste