Sem nenhuma capital, sigla vê seu líder máximo rechaçado pelo eleitorado de Norte a Sul
Desde setembro, a Oeste tem alertado para uma virada nos ventos da esquerda sem volta nem rumo.
Talvez seja nesse segundo ponto que a rodada eleitoral deste domingo, 29, tenha jogado luz: o “lulopetismo” foi enterrado de vez e com ajuda da própria esquerda.
O PT, como mostraremos na sequência, parece ter se deparado com o fundo do poço — administrará 183 cidades pequenas e médias, ante mais de 630 em 2012.
Mas o Psol, o PCdoB e ‘os meio de esquerda, meio intelectuais de verão’, como PSB, PDT e Rede, sorriram ao lado.
Vamos aos fatos: o PT deixa a corrida sem comandar nenhuma capital, com o pior resultado no maior colégio eleitoral do país — em São Paulo, o desempenho de Jilmar Tatto só é comparado ao de Eduardo Suplicy em 1985 — e, sobretudo, sem horizonte: ao seu maior líder, Luiz Inácio Lula da Silva, só restam agora as (piores) páginas da História.
Não tem um único nome de peso em Brasília, um discurso que cole e ainda aplaude Fernando Haddad, cujo perfil lembra mais o eleitor juvenil de Guilherme Boulos do que um líder operário marxista — leia-se: o jovem universitário de classe média-alta que acredita demais nos livros que não leu.
Ah, mas o PT venceu em Diadema e Mauá, na região metropolitana de São Paulo, gritam os torcedores barbudos nas redes sociais, inconformados com a segunda divisão da política.
Os dois municípios que sequer cabem na sigla “ABC paulista” não possuem a mesma densidade eleitoral de territórios estratégicos naquele quadrado como São Bernardo, Santo André ou, quiçá, uma Guarulhos, o segundo PIB do Estado.
Assim como comemorar vantagem no território mineiro em Juiz de Fora e Contagem é muito pouco para quem passou vexame em Belo Horizonte.
No segundo turno, das 15 cidades com mais de 200 mil eleitores em jogo, o “lulopetismo” só ganhou nessas quatro citadas — Diadema, Mauá, Juiz de Fora e Contagem.
As principais apostas, Recife (PE) e Vitória (ES), ficaram pelo caminho.
Um detalhe deveria chamar ainda mais a atenção dos cegos do castelo: em ambas, tanto Marília Arraes (PE) quanto João Cozer (ES) enxergaram o apoio de Lula como “criptonita”.
Mas Lula insistiu no abraço e deu no que deu.
A esquerda foi a grande derrotada no pleito municipal deste ano e isso é matemático.
Mas é importante pontuar que a esquerda também ajudou a sepultar o “lulopetismo”.
É o fim da frase: o PT e seus satélites. Resta saber como esses satélites vão sair da escola.
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Revista Oeste