terça-feira, 14 de julho de 2020

"Cuide da sua saúde e não só da sua doença: Cálculo na vesícula biliar", por Ednei Silva

Os cálculos biliares, popularmente conhecidos como pedras na vesícula, podem causar náuseas, vômitos, desconforto abdominal, intolerância a alimentos gordurosos, gases, inchaço, sensação de gosto amargo e dores de cabeça.
Alguns pacientes também sentem cólicas e dores pontuais nas costas, enquanto outros passam anos sem apresentar nenhum sintoma.
O tratamento clínico tem demonstrado resultados insatisfatórios, por isso é recomendada a colecistectomia, uma cirurgia para retirar a vesícula biliar, em geral feita via vídeo laparoscópica ou robótica. O método é seguro e a recuperação do paciente é rápida, podendo voltar às atividades profissionais e esportivas, em média, após 5 ou 6 dias.
Os pacientes não operados correm o risco de 30 a 50% de sofrerem complicações graves como, por exemplo:
– Colecistite aguda ocorre quando um cálculo (pedra) obstrui o ducto cístico causando inflamação e acúmulo de pus (empiema ou abcessos), peritonite (inflamação do peritônio, tecido que reveste a parede interna do abdômen e cobre a maioria dos órgãos da região abdominal) ou mucocele (acúmulo de muco);
– Fístulas (perfurações) para o intestino delgado ou cólon causando obstrução intestinal (íleo biliar), sangramento e infecções; coledocolitíase (cálculos no ducto que transporta a bile); colangite e papilites (inflamação das vias biliares) e pancreatite (inflamação no pâncreas). A mortalidade nesses casos é de 7 a 15%.
O tratamento, tanto para quem apresenta sintomas quanto para quem não apresenta, é a remoção cirúrgica da vesícula biliar (colecistectomia).
Os pacientes que adiam muito esse procedimento correm o risco da piora do quadro e de ter que se submeter à cirurgia de emergência, sem a assistência e os acompanhamentos de doenças cardíacas, diabetes, entre outros, que poderiam ter sido feitos em uma cirurgia planejada, tornando-se um procedimento de risco, em especial para os idosos.
O diagnóstico é feito através do exame de ultrassom. É importante que o médico investigue também patologias associadas como gastrite e úlceras utilizando a endoscopia, para que sejam tratadas em conjunto e haja alívio dos sintomas digestivos.
Existem dois tipos de cálculos biliares: os de colesterol e os pigmentares.
Os de colesterol representam 80% dos casos.
O colesterol faz parte da composição normal da bile, junto com a água e os sais biliares, entre outros elementos.
Já os pigmentares podem ser negros ou marrons e são mais comuns em países asiáticos. Eles representam um terço dos cálculos que aparecem durante a infância.
Um dado importante é que mulheres são mais suscetíveis à doença quatro vezes mais do que os homens em especial as que estão no climatério (menopausa), as que utilizam anticoncepcionais e as gestantes.
E as dietas com alimentação rica em açúcares e gorduras favorece o aparecimento dos cálculos.
Cuide da sua saúde e não só da sua doença.


Ednei Silva

Professor, jornalista e escritor.

Jornal da Cidade