quarta-feira, 29 de julho de 2020
Promotor pede que Aloysio Nunes, PSDB, devolva mais de R$ 800 mil
Enquanto o senador José Serra se vê beneficiado por decisão do STF, outro político do ninho tucano termina esta quarta-feira, 29, como personagem de denúncia formulada pelo Ministério Público de São Paulo. Isso porque a ação proposta afirma que Aloysio Nunes Ferreira participou de esquema de caixa dois na campanha eleitoral de 2010. Dessa forma, pede-se que ele devolva R$ 854 mil aos cofres públicos.
A ação cível proposta pelo promotor Ricardo Manuel Castro se refere à campanha de 2010. Na ocasião, Aloysio foi eleito, ao lado da então petista Marta Suplicy, para representar o Estado de São Paulo no Senado. Em meio ao período do horário eleitoral, ele acabou beneficiado pela desistência da candidatura do peemedebista Orestes Quércia, que lutava contra um câncer na próstata. Com PMDB e PSDB coligados, o tucano herdou o tempo no rádio e na televisão.
A denúncia
Segundo o promotor, porém, Aloysio não foi beneficiado apenas de modo legal durante o período eleitoral de 2010. De acordo com a denúncia, ele teria recebido dinheiro ilegal vindo da Odebrecht. De acordo com Castro, o político pediu — e recebeu — R$ 500 mil a executivos da empreiteira. Atualizados pela inflação do período, o valor sobe atualmente para R$ 854 mil, quantia que o representante do MP quer devolvida aos cofres públicos.
“Pediu aos representantes da Construtora Norberto Odebrecht dinheiro”
“Como já suficientemente demonstrado, o requerido Aloysio Nunes Ferreira Filho, quando no desempenho das funções de Chefe da Casa Civil do Governo do Estado de São Paulo, pediu aos representantes da Construtora Norberto Odebrecht dinheiro e recebeu a quantia de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais), a título de contribuição de forma ilícita em benefício da campanha a Senador pelo Estado de São Paulo em 2010, sendo confessado pelos representantes da aludida pessoa jurídica que a finalidade desses pagamentos era conseguir a liberação de pagamento de parcelas em atraso e discutidas judicialmente com o Dersa S/A acerca das obras da Rodovia Carvalho Pinto”, registra o promotor ao pedir a ação contra o tucano.
A defesa
Em nota, Aloysio Nunes Ferreira negou ter cometido o crime de caixa dois nas eleições de 2010. “Trata-se de uma chicana. O caso relatado foi investigado por dois anos e arquivado por absoluta falta de amparo na realidade, e causa estranhamento que seja utilizado como argumentação para um novo processo. É um desperdício de recursos e dinheiro público”, afirma a equipe do ex-senador, lembrando que assunto similar já havia sido arquivado pelo STF.
Anderson Scardoelli, Revista Oeste