Aceleração do e-commerce se mostra como uma das principais mudanças no hábito do consumidor durante a pandemia. É consenso que o crescimento tenha desacelerado em meados de março, quando começou o período de quarentena, mas as tendências se recuperaram desde então.
Ouvimos de vendedores que a demanda por telefones celulares – uma importante categoria on-line – tem sido forte e até acelerada. Categorias relacionadas a quarentena, como mantimentos, produtos de limpeza, saúde e fitness também tiveram forte crescimento. Até a categoria com a qual estávamos mais preocupados – aparelhos domésticos – continua apresentando bom desempenho.
Os nomes de comércio eletrônico da nossa cobertura tiveram um desempenho significativo durante a crise da covid-19. Desde as quedas no final de março, Magazine Luiza (MGLU3), B2W (BTOW3) registraram alta que superaram significativamente o IBOV e nossa cobertura de consumo e Varejo.
Esses movimentos são justificados, dada a aceleração de curto prazo no crescimento de GMV e seus efeitos positivos de longa duração. Estimamos que o comércio eletrônico atingirá quase 10% das vendas no varejo em 2020, enquanto esperávamos isso apenas em 2023 antes da covid-19. O crescimento das categorias de baixa penetração, maior frequência de compra e aumento de novos compradores são consequências positivas da atual crise.
E os resultados das empresas mostram essa tendência. No Magazine Luiza, o crescimento do GMV de comércio eletrônico atingiu +73% no 1T20 (cerca de 45% excluindo a Netshoes), mas acelerou para +138% em abril e +203% em maio. Na Lojas Americanas (LAME4), os resultados mostram resiliência, com o crescimento da receita positivo e a margem EBITDA estável, apesar dos 0,6 p.p. de pressão com a mudança no mix de vendas de produtos nas lojas como resultado do Covid-19. Portanto, a empresa demonstrou bom controle de custos e capital de giro em um ambiente difícil e se adaptou ao novo ambiente, com novos serviços, como pedidos via WhatsApp e oferta do Drive Thru. Continuamos esperando que a Lojas Americanas seja um dos varejistas mais resilientes no ambiente atual.
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O Estado de São Paulo