O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu em 0,25 ponto percentual a Selic, taxa básica de juros da economia brasileira. O corte anunciado nesta quarta-feira, 5, foi o quinto consecutivo e fez com que a Selic alcançasse o patamar de 4,25% ao ano, a nova mínima histórica para a taxa.
A Selic é usada como referência para todas as outras taxas de juros do mercado brasileiro e serve como instrumento de política monetária para controlar a inflação e estimular o consumo. Com a Selic alta, os juros tendem a ficar mais caros e desestimulam o consumidor a comprar. Já com a taxa baixa, o crédito pode ficar mais barato, estimulando compras e, assim, aquecendo a economia. A sequência de cortes para estimular a economia começou em julho do ano passado, após a taxa ficar estável em 6,5% ao ano durante 18 meses.
Sem que o Comitê desse uma diretriz para onde caminhar com a Selic após a última reunião, o mercado financeiro apostava em um novo corte na taxa de juros devido a ainda lenta retomada da economia em 2019. A aposta ficou ainda mais forte após a divulgação na terça-feira dos dados da indústria no ano passado: o setor apresentou queda de 1,1%, após dois anos de alta.
Entre os pontos analisados pelo Banco Central para sua decisão, está a inflação, calculada oficialmente pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Apesar de ter fechado o ano passado em 4,31%, acima da meta de 4,25% para o indicador, grande parte da pressão do fim do ano foi pelo preço da carne bovina, que já teve desaceleração, de acordo com a prévia da inflação. O mercado financeiro vem revisando para baixo as previsões do indicador, tanto que cortou pela quinta vez seguida no Boletim Focus a projeção. A aposta é que a inflação feche o ano em 3,4%, abaixo da meta de 4% definida pelo Conselho Monetário Nacional. No entanto, está dentro da margem de erro, que é de 1,5 ponto porcentual para baixo ou para cima (2,5% a 5,5%).
Larissa Quintino , Veja