quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Presidente da Volkswagen renuncia a cargo em meio a escândalo de poluição. Poluição? Brasil, Lula e Dilma envolvidos em corrupção, tão nem aí!

Julian Stratenschulte/Efe
AL01 HANOVER (ALEMANIA) 22/09/2015.- Fotografía de archivo fechada el 22 de abril de 2015 que muestra al presidente del Grupo Volkswagen, Martin Winterkorn, durante la presentación del Fraunhofer Institute en Hanover (Alemania). La Comisión Europea (CE) aseguró hoy que se toma "muy en serio" el escándalo del fabricante automovilístico alemán Volkswagen, que ha reconocido haber trucado los sistemas de sus vehículos vendidos en Estados Unidos para falsear los controles contra la contaminación, pero que aún considera "prematuro" opinar. EFE/Julian Stratenschulte
Martin Winterkorn, presidente da Volkswagen, em abril, em Hanover, Alemanha


Folha de São Paulo com agências de notícias

O presidente mundial da Volkswagen, Martin Winterkorn, renunciou nesta quarta-feira (23) ao cargo.

Na terça, a empresa admitiu ter instalado em 11 milhões de veículos a diesel pelo mundo um sistema que fraudava testes de detecção de poluentes em várias marcas —um aumento gigantesco frente ao número de 482 mil apontado pelo governo americano inicialmente.

Em declaração publicada no site da companhia, Winterkorn afirma que não estava ciente das irregularidades, mas aceita a responsabilidade pelo problema.

"A companhia precisa de um recomeço —também em termos de pessoal.
Estou abrindo caminho para esse recomeço com a minha renúncia", escreveu.

As ações da empresa, que fecharam com quedas ao redor de 20% na segunda e na terça, tinham alta de 5,77% às 12h12 (horário de Brasília).

No Brasil, o único modelo com motorização semelhante à envolvida na fraude global é picape média Amarok, que é produzida na Argentina e tem motor 2.0 turbodiesel. Esse modelo não é comercializado no mercado norte-americano, e a empresa ainda não divulgou uma lista oficial de produtos que estejam envolvidos no problema em outros países.

Eric Piermont/AFP
Volkswagen group Chairman of the Board Martin Winterkorn talks at the end of the Volkswagen Group Night show on October 1, 2-14 in Paris prior to the opening on October 2nd of the Paris Auto show 2014 Press days. AFP PHOTO/ ERIC PIERMONT ORG XMIT: EP1456
O ex-presidente da Volkswagen Martin Winterkorn durante evento da companhia em Paris, em 2014

"Estou chocado com os eventos dos últimos dias. Acima de tudo, estou surpreso que uma conduta errada de tal escala tenha sido possível no Grupo Volkswagen", disse Winterkorn no comunicado.

Segundo o executivo, o processo de esclarecimento e transparência precisa continuar. "Essa é a única forma de retomar a confiança."

O escândalo eclodiu na sexta-feira, quando a Agência de Proteção Ambiental (EPA) norte-americana, acusou a empresa de usar um software que faz com que os carros com motorização TDI (turbodiesel), como o Golf, o Passat o Jetta, pareçam menos prejudiciais ao meio ambiente do que de fato são.

Isso levou o governo Obama a obrigar a Volkswagen a realizar um recall de quase meio milhão de carros.

Antes da revelação, previa-se que o contrato de Winterkorn como presidente-executivo fosse renovado em uma reunião no final desta semana.

A montadora alemã anunciou que reservou 6,5 bilhões de euros no terceiro trimestre para enfrentar as potenciais consequências da denúncia.

Segundo o governo americano, a empresa pode, porém, enfrentar multas de até US$ 18 bilhões. Escritórios de advocacia já entraram com processos coletivos contra a companhia.

Governos de outros países, como a Coreia do Sul, afirmaram que também farão investigações sobre os níveis de emissão dos carros da Volkswagen.