sábado, 19 de setembro de 2015

Gilmar Mendes volta a acusar PT de 'avançar sobre dinheiro público'

O Globo

Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) participou de Fórum do Agronegócio na manhã deste sábado, em Campinas (SP)


O ministro do STF Gilmar Mendes durante seminário sobre reforma política no Tribunal Superior Eleitoral - Givaldo Barbosa / Agência O Globo / 10/09/2015

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, voltou a atacar o PT neste sábado, acusando o partido da presidente Dilma Rousseff de desviar ilegalmente recursos da Petrobras para financiar suas campanhas eleitorais. De acordo com o jornal “O Estado de S.Paulo”, as declarações foram feitas nesta manhã, quando o ministro participava da abertura do 4º Fórum Nacional de Agronegócios, em Campinas.

— Eles avançaram sobre o dinheiro público, pois esse era o dinheiro da estatal -- afirmou Mendes.

De acordo com a reportagem, questionado sobre ter usado o termo “cleptocracia” ao se referir esta semana ao PT e os desvios descobertos na Petrobras Lava-Jato, Mendes observou que em grego o termo significa o poder nas mãos de ladrões. A expressão foi usada durante discussão sobre o financiamento privado de campanhas eleitorais, em sessão no plenário do STF.

— Chamei a atenção, a partir do meu voto sobre a questão do financiamento dos partidos. O que vem se revelando na Lava-Jato indica que era preciso verter recursos diretamente para o partido — disse o ministro, acrescentando: — Um terço pelo menos dos recursos que eram tirados extraordinariamente dos contratos da Petrobras, segundo as delações, tinham de ir para o partido. Isso significa que o patrimônio público pertence ao partido.


Segundo Mendes, isso evidencia a instalação de uma forma de retirada “ilícita” de dinheiro da estatal.

— Isso tinha de ser denominado. O que é isso? É uma cleptocracia — ponderou.
A reportagem informa ainda que, ao ser perguntado sobre a intenção de processá-lo na Justiça, Mendes reagiu com ironia.

— Espero que não me imputem ter matado Celso Daniel — disse, referindo-se ao ex-prefeito petista de Santo André, assassinado em 2002 depois de ser sequestrado.
Mendes recusou a opinar sobre um eventual processo de impeachment contra a presidente Dilma na Justiça, por entender tratar-se de questão da competência do Congresso.

— Mas a gente percebe que tem que haver uma solução política para uma grave crise política — afirmou.